E daí, (re)assistindo o k-drama Hero (falei dele aqui), eu tive uma ideia: contar a vocês sobre minha história com o Jornalismo, até agora. Já que é meus primeiro dia de férias, resolvi fazer hoje. Então, bem... vamos lá!
Quando eu estava na quarta série do Ensino Fundamental (hoje quinto ano), lá pelas bandas de 2001, eu tinha um professora de Português chamada Katerine - para nós, apenas Kate. Ela era uma ótima professora e eu realmente gostava dela, mas não temos mais contato, acho que ela sequer se lembra do meu nome.
Eu era uma aluna faladeira e tinha opinião formada e, em geral, era diferente da massa, então os meus colegas não iam muito com minha cara. Mas esta minha "índole" sempre despertou a simpatia dos professores. (In)felizmente, hoje em dia eu aprendi na marra a controlar a língua no meio de uma sala de aula lotada e simplesmente falo com alguém em particular ou escrevo quando firmo uma opinião. Então, possivelmente, meus professores não mais me vêem como alguém "especial".
Mas como eu ia dizendo... Esta professora gostava de minhas falas acaloradas e meio maduras demais para uma criança de dez ou onze anos. O apelido que ela me deu na época foi de Repórter. Pois é, ela me chamava assim. Cada vez que eu falava algo na sala de aula, ela dizia: "olha a nossa Repórter!".
Eu particularmente não gostava muito de ser vista como repórter, pois quando ouvia esta palavra, tudo que me vinha à mente era a imagem da Fátima Bernardes. E decididamente eu não queria ser como ela. Não que eu tenha algo contra a Fátima, longe disso, eu só não queria ser este tipo de repórter que aparece na televisão. Nada de âncora na minha vida. De modo que eu sempre revidava, revirando os olhos: "nem pensar! Imagine".
Os anos passaram (mas não muitos anos) e em 2003 eu conheci a série apocalíptica Deixados Para Trás (Left Behind). Li os livros e, embora não seja exatamente o tipo de literatura que leria agora, na época eu devorei os livros, especialmente a série Teen (livros menores e com outra linguagem, para adolescentes). E tinha um personagem que me cativou mais do que qualquer outro: Cameron Buck Williams. Ele era jornalista e foi um dos principais motivos para me fazê-lo admirar ainda mais. Pude, por meio dele, ter um contato maior com a profissão. Mas aos 13 anos eu não tinha escolhido o que seria quando crescesse. Ou tinha?
Em 2005 ou 2006 eu li o livro "O Dia do Chacal", do escritor e jornalista inglês Frederick Forsyth. Eu caí de amores pelo livro, achei tão fácil de ler, com uma linguagem de tão fácil compreensão, que pensei: "Um dia, quero escrever como ele!". Foi o único livro do Frederick que li, e não vou inventar mil desculpas aqui por não ter lido outros, o fato é somente que acabou passando. Mas lá no fundo da memória, eu sempre carreguei aquele sentimento de "poxa, ele era jornalista" e a admiração que isso acarretava.
Novamente, passaram-se os anos (que bom que eles passaram, né?!) e no segundo semestre de 2007, conheci outra professora de português. Nesta altura do campeonato, eu já estava decidida a ser jornalista. E, mais importante, já sabia bem que o papel do jornalista não se resume a ficar em frente às câmeras. Desenvolvera um amor incondicional e irrestrito pelas palavras, que se mantém até hoje. Amo escrever, mas infelzimente, ainda não consegui escrever um romance como o jornalista Frederick Forsyth, porque não sou boa nisso (embora meu maior sonho seja escrever um livro), mas a ideia de escrever textos como os dele, tão bem, e ser uma jornalista desenvolta como o Buck, já preenchia minha mente. Ainda não queria saber de ser uma âncora de telejornal e atualmente ainda não gosto de câmeras. Mas... escrever é o que há!
Voltando à nova professora de Português, o nome dela era Paula. Lendo uma de minha redações (sempre fui muito boa escrevendo redações escolares), ela me perguntou: "Por que você não faz Letras? Você escreve tão bem... acho que devia tentar aí, se for o caso faz Jornalismo depois". Pronto, ela havia plantado a dúvida em meu coração. Uma dúvida que não existia, que nunca existira.
Tenho que confessar que eu estava encantada com a Língua Francesa. E a Paula tinha feito Letras - Português/Francês. Tenho primos que falam francês, vi um filme lindo em francês (Les Choristes - 2004), e mais: a Unesp de Araraquara oferecia o curso.
Por fim, movida pela paixão e interesse momentâneos, além do desejo de ir embora de casa, acabei indo para Araraquara em 2009 e meu sonho de ser jornalista, que se iniciou em 2003, foi deixado de lado. Mas por probleminhas que aconteceram, dos quais meu namoro foi o maior, surgiram e acabei fazendo a besteira de largar uma ótima faculdade pública, fazer meus pais gastarem muito dinheiro comigo e passar o ano de 2010 todinho no maior marasmo, me arrastando e arrastando um relacionamento que já não tinha mais razão de ser. Sobre isso tudo, contro em outro post (ou não).
Foi no fim de 2010 que criei este singelo blog. Não é nem nunca foi um blog jornalístico. A princípio, escrevia pra livrar-me das mágoas que meu namoro infeliz deixou. O fato é que escrever, e escrever cada vez mais, além de me redescobrir, com novos gostos, sonhos, desejos, ambições, fez nascer novamente em mim o sonho de escrever como Frederick. O que me trouxe à faculdade de Jornalismo.
É verdade que não iniciei a faculdade em 2011. Este foi um ano de "desintoxicação". Abandonei de vez as mágoas, limpei os pensamentos, reaproximei-me de Deus, O busquei mais, voltei a ouvir música pra mim, voltei a pensar por mim, a ser um pouco mais eu mesma. Escrevi, num impulso, para o Osni Dias (coordenador de Jornalismo da minha faculdade), achei o e-mail no site da própria. Isso em junho/julho de 2011. Ele me respondeu, o que me deixou mais empolgada em voltar a estudar!
Comecei em 2012 e hoje estou no terceiro semestre (segundo ano). Este semestre foi cansativo e confesso que algumas veze pensei em largar tudo. Mas não. Não vou largar de novo. É o meu sonho. Pode não ser a melhor profissão do mundo, e posso estar procurando nela ser mais uma escritora/jornalista do que uma jornalista/escritora, mas é o que quero pra mim!