E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

domingo, 31 de março de 2013

Eu sou mulher. E sou machista?

Bom, esta é uma postagem improvisada, de algo que surgiu assim do nada, enquanto em casa, fuçando no Facebook, eu ouvia uma música que papai tem no laptop dele: Esse Cara Sou Eu, do Roberto Carlos.

Nunca fui uma grande admiradora do "rei", nem mesmo o considero rei de alguma coisa, mas é indiscutível o fato de que o povo brasileiro em geral (há exceções, claro) gosta das músicas dele. Meu pai (e por que não dizer que minha mãe?) sempre foi fã de suas letras, eu cresci ouvindo Como é Grande o Meu Amor por Você, Detalhes, É Proibido Fumar, Emoções, Eu te Amo, 120... 150... 200 Km por Hora, etc. E mais: eu sei a maioria delas de cor.

Daí, ouvindo a música hoje, me lembrei de algo que ouvi esses dias na faculdade. Um professor disse que o "rei" não é rei e que há muitos cantores melhores e músicas melhores. Com isso, concordei. Posso citar muitos nomes, se quiserem, mas faço isso outra hora basta ler meus posts anteriores, de um mês ou um ano ou dois atrás, para ter uma ideia. Mas uma coisa que ele disse me incomodou um pouco. Foi algo assim "essa música Esse Cara Sou Eu é a música mais machista do últimos tempos".

Até então, nunca tinha ouvido a música inteira. Atualmente, tenho alimentado apenas meu próprio gosto musical, independente dos meus pais. Tal gosto é bem variado, mas não abrange músicas do Roberto Carlos. Contudo, não é este o ponto.

O ponto é que a afirmação de meu professor me incomodou, mas deixei estar. Hoje, ao ouvir por acaso a música no laptop do meu pai, foi que pensei novamente no que ele disse. Prestei atenção em cada palavra cantada e cheguei a uma conclusão: eu sou machista, pois concordo em gênero e número com a letra. Vejam:

O cara que pensa em você toda hora
Que conta os segundos se você demora
Que está todo o tempo querendo te ver
Porque já não sabe ficar sem você
E no meio da noite te chama
Pra dizer que te ama
Esse cara sou eu
O cara que pega você pelo braço
Esbarra em quem for que interrompa seus passos
Está do seu lado pro que der e vier
O herói esperado por toda mulher
Por você ele encara o perigo
Seu melhor amigo
Esse cara sou eu
O cara que ama você do seu jeito
Que depois do amor você se deita em seu peito
Te acaricia os cabelos, te fala de amor
Te fala outras coisas, te causa calor
De manhã você acorda feliz
Num sorriso que diz
Esse cara sou eu
Eu sou o cara certo pra você
Que te faz feliz e que te adora
Que enxuga seu pranto quando você chora
Esse cara sou eu
O cara que sempre te espera sorrindo
Que abre a porta do carro quando você vem vindo
Te beija na boca, te abraça feliz
Apaixonado te olha e te diz
Que sentiu sua falta e reclama
Ele te ama
Esse cara sou eu (Letras - Terra)

Eu gostaria de ser a mulher de um homem assim. Não consigo, sinceramente, ver machismo nesta letra. Talvez porque eu sou excessivamente romântica. Talvez porque leio romances demais com homens arrasadores do autor norte-americano Nicholas Sparks. Talvez porque vejo muitos doramas. Ou talvez simplesmente porque sou uma mulher às antigas, careta e fora de moda.

Mas... eu queria ter um homem que pensasse em mim toda hora (isso não significa um homem obsessivo e possessivo). Eu queria ter um homem que contasse os segundos para me ver. Eu queria ter um homem que me mandasse sms de madrugada dizendo que me ama. Queria ter um homem que me segurasse pelo braço e me protegesse pelo caminho. Que estivesse sempre ao meu lado. Encarasse perigos por mim. Fosse meu melhor amigo para todas as horas. Um cara que me amasse como sou. Que me acariciasse os cabelos, fizesse cafuné e não se importasse em "ser meloso". Que me fizesse sorrir sem motivo e sorrisse para mim. Que me esperasse sempre. Abrisse a porta do carro, puxasse cadeira, fosse um verdeiro "gentleman". Um homem para quem eu pudesse ser "A Mulher".

É, devo ser mesmo machista.

 

sexta-feira, 15 de março de 2013

Quinteto FAAT dá um show na Quarta Cultural

Foto de Emily Caroline

Pessoas espalhadas pelo pátio da faculdade. Comendo, rindo, conversando, estudando. Estudantes e professores se misturam num mesmo ambiente, com funcionários e “tios das cantinas”, como os jovens gostam de chamá-los, fazendo seu trabalho como em qualquer outro dia. Contudo, esta última quarta-feira, dia 13 de março, não foi como qualquer outro dia. Aconteceu a Quarta Cultural, um evento promovido pela FAAT para o entretenimento dos alunos, professores e funcionários na hora do intervalo. Houve, em outras Quartas, uma apresentação de Kung Fu e também de um grupo de pagode. Esta foi a vez do Quinteto de sopro, composto por Celso Salgado, Marcelo Orenstein Alvim, Rosenildo Gomes, Daniel Petri e Rafael Beck.

O quinteto executou obras do compositor, pianista e intérprete brasileiro Ernesto Nazareth. Ao ser questionado sobre o motivo da homenagem, Gomes, de 28 anos, no quinteto há mais de oito e músico há mais de quinze, disse que Ernesto foi um grande compositor, importante para a música brasileira, especialmente para o chorinho. O maestro realizou mais de 90 gravações no exterior divulgando o choro.

Durante a apresentação, um jovem casal de namorados, Rafaela, cursando o primeiro ano de Direito, e Lucas, cursando o segundo de Administração, pararam admirados para ver os cinco. Os dois disseram que esta foi a primeira vez que ficaram na Quarta Cultural. Rafaela acrescentou que se lembrou de Tempos Modernos, de Charles Chaplin. Contudo, para os estudantes, embora a Quarta Cultural seja considerada uma boa iniciativa da faculdade, seria melhor se houvesse uma mudança na programação. Lucas sugeriu que começasse mais cedo ou terminasse mais tarde, pois o tempo da apresentação é muito pequeno, oficialmente apenas dez minutos, mas às vezes acaba extrapolando e os alunos precisam voltar às aulas. Segundo eles, ao voltar para a sala, o professor já está passando conteúdo.

Com o quinteto tocando Ernesto Nazareth, os estudantes tiveram um bom momento e, ao fim da apresentação, ouviram-se muitos aplausos. Os músicos fizeram um ótimo trabalho. Foi um evento satisfatório, prazeroso e inovador. 



VIDA E OBRA DE ERNESTO NAZARETH:
Ernesto Júlio de Nazareth nasceu na cidade do Rio de Janeiro, aos 20 de março de 1863[...]. Em 1874, após o falecimento de sua mãe e sua primeira professora de piano, passou a receber lições de Eduardo Rodolpho de Andrade Madeira, amigo da família, e, mais tarde, de Charles Lucièn Lambert [...]. Com a idade de 14 anos compôs sua primeira música, a polca-lundu Você bem sabe. Em 1919, Ernesto começou a trabalhar como pianista demonstrador da Casa Carlos Gomes [...]. Dois anos depois, Villa-Lobos dedicou a ele a peça Choros nº 1, para violão. No mês de dezembro de 1928, ele completou cinquenta anos de atividades artísticas.
Em janeiro de 1932, rumou para Montevidéu, capital do Uruguai, em companhia da filha e da amiga Maria Mercedes Mendes Teixeira. Durante um passeio por aquela cidade, sofreu séria crise nervosa dentro de uma casa de instrumentos musicais. Já no Rio, depois de alguns exames, diagnosticou-se a sífilis. E diante da irreversibilidade do quadro neurológico apresentado, foi o maestro primeiramente internado, aos 10 de julho, na Fundação Gaffrée & Guinle, e, oito meses depois, na Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, de onde fugiu em 1º de fevereiro de 1934, vindo a falecer afogado nas águas da represa que ainda existe na floresta situada aos fundos desse manicômio. Seu corpo foi encontrado no dia 4 e sepultado no dia seguinte, no Cemitério de São Francisco Xavier. O compositor falecera com a idade de 70 anos, deixando-nos 88 tangos, 41 valsas, 28 polcas e mais hinos, sambas, marchas, quadrilhas, "schottisches", "fox-trots", romances, entre outros gêneros, perfazendo um total de 211 peças de autoria confirmada. 

Luiz Antonio de Almeida, biógrafo de Ernesto Nazareth (adaptado por Emily Caroline, extraído de http://www.ernestonazareth.com.br/, acesso em 14 de março de 2013)       
                                                                                                                         

Esta é a primeira reportagem que de fato escrevi para a faculdade, com entrevistas e tudo (escrevi uma no carnaval, mas foi fraca). Comentei no facebook que ela foi elogiada pelo professor, pois está bem escrita. Decidi compartilhá-la com vocês^^