“Quisera, Senhor, neste Natal, armar
uma árvore dentro de meu coração e nela pendurar, em vez de presentes,
os nomes de todos os meus amigos:
Os
amigos de longe e de perto; os antigos e os mais recentes; os que
vejo a cada dia e os que raramente encontro; os das horas difíceis e os
das horas alegres; os que, sem querer, eu magoei, ou, sem querer, me
magoaram; os que me devem e aqueles a quem muito devo; meus amigos
humildes e meus amigos importantes.
Uma
árvore de raízes muito profundas para que seus nomes nunca sejam
arrancados do meu coração; de ramos muito extensos para que novos
nomes, vindos de todas as partes, venham juntar-se aos existentes; uma
árvore de sombra muito agradável para que nossa amizade seja um momento
de repouso nas lutas da vida.
Que o Natal esteja vivo em cada dia do ano que se inicia para que possamos juntos viver o amor!” - Autor desconhecido
A todos os meus amigos, venho desejar um Feliz Natal!!!
Pois é minha gente! O Natal está mesmo chegando... já é no próximo fim de semana. É, esse ano passou voando...
Para escolher o título dessa postagem, inevitavelmente eu acabei lembrando da música... então é Natal, e o que você fez? Isso, o que cada um de nós fez esse ano que passou tão rápido? Será que fizemos valer a pena?
Durante muitos anos, eu vivi presa ao passado. Mas agora aprendi a olhar para frente e viver o presente, o agora. Não é fácil tomar essa decisão. Na verdade, ainda estou no processo de aprendizado. Quando me pergunto o que eu fiz, acho que nesse fim de ano em 2011 eu tenho uma resposta para dar, mesmo que em anos anteriores eu não tivesse resposta alguma que fosse convincente.
No post anterior, eu falei sobre acontecimentos durante esse ano e prometi voltar e falar do Natal. Natal é tempo de reflexão. Daí eu pergunto novamente: o que você fez?
Falam muito no Espírito de Natal nessa época do ano. Espírito esse relacionado ao amor, ao perdão e a sentimentos bons, como um todo. De fato, o Natal é isso, e deve ser esse espírito natalino a encher nossos corações por todo o Ano Novo, para que possamos ter um Natal Todo Dia. Como diz a música, se a gente é capaz de espalhar alegria, se a gente é capaz de toda essa magia, eu tenho certeza que a gente podia fazer com que fosse natal todo dia!
Mas, devemos lembrar que o Natal é muito mais que tudo isso. É a comemoração do nascimento de Jesus Cristo, de encarnação de Deus, da vinda do Salvador ao mundo! Por isso, o que devemos ter em mente e no coração nesse natal, além de todo o espírito natalino, é o Espírito de Cristo. Deixar que Ele nasça em nossos corações.
Por favor, ouçam esse cordel sobre o natal:
É bem legal! Conta a história do Nascimento de Cristo de uma forma inovadora e divertida. Houve alguma controvérsia na hora que é dito que os três pastores vêem a estrela e vão até Herodes. Na verdade, são os magos do oriente que vêem a estrela e vão até o rei e depois levam os presentes. Os pastores ouvem os anjos no céu e, infelizmente ou felizmente, não levam presentes. Mas enfim, mesmo com esse pequeno equívoco, o trabalho é belíssimo!
Desejo a todos que lerem esse post: um Feliz Natal!!! Com Jesus no coração!!
Sei bem que esse meu blog não é um dos melhores, mas desde o início eu disse que seria algo bem pessoal mesmo^^
Faz tempo que não escrevo nada aqui sobre mim, nem posto pensamentos, como fiz com frequência até certo ponto esse ano. Por isso, peço desculpas. Mas, sempre que posso, venho atualizar com coisas novas e realmente espero que alguém goste~
Esse ano passou rápido, não é? Já estamos quase em 2012 e parece que foi ontem que eu escrevi a mensagem para o final de 2010. Tantas coisas aconteceram esse ano, nem todas relatadas aqui, mas quem realmente se importa comigo, sabe. Eu queria ter dito tudo por aqui, mas não vi necessidade, e também sei que não interessa a todo tipo de leitor.
Queria fazer um vídeo esse ano também, mas ando sem ideia. Então tudo o que posso é desejar um bom Natal! Mas como o foco desse artigo não é o Natal, não dessa vez, eu prometo que amanhã ou depois eu falarei sobre o Natal. Por enquanto, deixo apenas um gifzinho bonitinho que achei.
Com certeza, para mim, 2011 foi um ano muito melhor que 2010. Claro que em 2010 aconteceram coisas boas, mas se eu pôr na balança, eu lamentei mais do que sorri. Ou, o que fiz muito já, sorri mesmo estando triste. Mas em 2011, eu pude crescer como pessoa, e quis acordar para a vida, acordar de verdade. Pois para mim, 2009 e 2010, infelizmente, foram dois anos que não tiveram cor. Apesa de eu ter sido muito feliz e amado muito nesses anos.
Uma das primeiras coisas boas que me aconteceram foi que eu consegui superar. Quem alguma vez já se interessou em ler as primeiras postagens desse blog pôde perceber que no fim do ano passado, principalmente, mesmo que eu escrevesse artigos com certa dose de otimismo - pois eu estava realmente tentando ser forte -, o que se destacava facilmente era a terrível fossa na qual me encontrava depois do fim do meu namoro de quase dois anos.
Mas, com a ajuda de Deus, dos meus amigos e família, que não ficavam o tempo inteiro perguntando coisas do tipo "Como você está?", "Você está bem?", "Deve estar sendo duro para você", "Tadinha deve estar sofrendo", eu realmente consegui superar. Hoje eu posso dizer sem medo que realmente essa fossa foi embora~
Outra das coisas maravilhosas que aconteceram foi eu conhecer o Arashi (嵐). Agradeço a Deus, pois sei que Ele os colocou em minha vida na hora certa, e eu posso afirmar que muitas vezes que eu estava pra baixo esse ano, foi a música deles que me animou (Fight Song, por exemplo). Eles são cinco: Ohno Satoshi, Aiba Masaki, Sakurai Sho, Ninomiya Kazunari e Matsumoto Jun.
Mais uma coisinha: os doramas. Me pergunto como passei tanto tempo da minha vida sem saber deles. Como passei tanto tempo me contentando com seriados e novelas brasileiras que vão de mal a pior? Tenho uma pequena lista aqui no blog mesmo, do lado direito, com os j-dramas (doramas japoneses) que já vi esse ano.
Finalmente, mas não menos importante, eu decidi retomar os estudos. Isso mesmo! Eu já fiz um ano de faculdade e parei por motivos tão variados e complicados que nem mesmo eu entendo em totalidade. Mas retornei aos primórdios dos tempos, quando eu era somente uma estudante do Ensino Fundamental e queria ser jornalista.
Fiz vestibular, passei e vou estudar, a partir do ano que vem, na FAAT, na minha cidade mesmo. Alguém pode dizer que não é uma faculdade tão boa assim, que eu larguei uma Unesp pra fazer uma faculdadezinha particular de uma cidade do interior. Antes de ouvir críticas, fiquem sabendo que a FAAT - MINHA faculdade - ficou entre as melhores, ok? Vejam esse quadro, que eu retirei do site da faculdade (www.faat.com.br):
LISTA DAS 79 MELHORES INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DO BRASIL
Claro que houve outros acontecimentos, bons e ruins, esse ano. Os bons superam os ruins e eu posso afirmar que esse ano foi muito bom! Eu estou muito feliz, e agradeço muito a Deus por tudo! E que venha 2012!!
Como já disse em posts anteriores, nos quais fiz a tradução de algumas músicas, eu não sei quase nada de japonês e meu inglês é bem fraquinho, então não liguem muito se a tradução não estiver totalmente certa, ok?
Em alguns sites, eu encontrei a tradução dessa música, como no Vagalume por exemplo, mas preferi eu mesma fazer. Não sei se ficou tão boa assim, e talvez alguém prefira a tradução de outro site. Cada um tem toda a liberdade de ir e vir, e se não gostar do meu trabalho, eu não ligo muito, pois sei que muita gente faz melhor que eu.
Mas, se Deus quiser, não vai demorar tanto pra eu fazer uma tradução direto do japonês, e não mais uma tradução da tradução.
Acho essa música linda! Por isso quis compartilhar a letra com vocês. Estou pensando em fazer um vídeo com ela planos ainda e posto aqui também. Por enquanto, é só a letra, mas quem quiser, pode ver esse vídeo do YouTube.
kono hibiki ga sagashi
tsuzuketeta uta
soshite kimi no uta YOUR SONG
sagashiteta zutto sagashite ita yo
itsumademo utai tsuzuketai uta
nanimokamo umaku ikanai toki ni
kimi wo tada yuukizukerareru uta
ima mo kesshite mitsukaranai keredo
tonari de utau kimi no egao wo mite
zutto zutto utai tsuzuketai to
omoeru kara saa issho ni utaou
kono hibiki ga sagashi tsuzuketeta uta
soshite kimi no uta YOUR SONG
moshi kimi ga michi ni mayotta toki wa
itsudatte boku ga soba ni iru kara
te wo tsunagi kono utao utaou yo
dare yori mo ookina koe wo agete
donna utao utau ka de wa nakute
kimi to issho ni utau koto ga daiji
donna uta mo umarekawaru youni
tanoshii kara saa issho ni utaou
kono hibiki ga sagashi tsuzuketeta uta
soshite kimi no uta YOUR SONG
Inglês
This
sound continues to search for the song.
And that's your song, your song.
You're searching, always searching,
for the song you want to sing forever.
When everything does not go well,
you just sing the encouraging song.
Even though you haven't found it until now,
I can see you smile singing next door.
You want to continue to sing forever and ever.
Because it seems like we can, well then, let's sing together.
This sound continues to search for the song.
And that's your song, your song.
If you lose your way,
I will always by your side.
Let's hold hands and sing this song.
Raising our loud voices more than anyone else.
It's not about what song you sing,
but singing together is what important.
So that every song will be reborn.
Because we enjoy it, well then, let's sing together.
This sound continues to search for the song.
And that's your song, your song.
Português
Este som continua a
buscar pela canção
E esta é a sua canção,
sua canção
Você está buscando,
sempre buscando,
Pela canção que você
quer cantar para sempre.
Quando nada vai bem
(ou “quando tudo não vai bem”),
Você apenas canta a
canção encorajadora.
Embora você não a
tenha encontrado até agora,
Eu posso ver você a
cantar ao lado.
Você quer continuar
a cantar para sempre e sempre.
Porque parece que
podemos, pois bem, então vamos cantar juntos.
Este som continua a
buscar pela canção
E esta é a sua cancão,
sua canção
Se você perder seu
caminho,
Eu sempre estarei a
seu lado.
Vamos dar as mãos e
cantar a canção,
Elevando nossa voz
mais alto que todo mundo.
Isto não é sobre
que canção você canta,
Mas se estamos
cantando juntos, é o que importa
Então toda canção
renascerá.
Porque nós a
apreciamos, pois bem, então vamos cantar juntos.
Esse ano, infelizmente, não participei de nenhum brincadeira de amigo secreto, daquelas de tirar num papelzinho o nome do seu amigo e ficar ansiosamente esperando pela revelação, para saber quem te tirou. To com saudade de brincedeiras assim, seria realmente legal!
Na minha igreja teve amigo secreto, mas na verdade foi um amigo chocolate do qual optei por não participar. A brincadeira feito consistiu somente em compar o chocolate e levar no dia da revelação, que seria também o dia do sorteio. Sinceramente, queria algo diferente, estou cansada de fazer essa mesma brincadeira e ganhar sempre chocolae ano após ano. Não quero criticar nada aqui, é só um comentário pessoal.
Acho que a última vez que brinquei dessa Amigo Secreto de Verdade foi no meu último ano de colégio, em 2008. Nem na família do meu pai, que antigamente fazia todos os anos, é feito.
Daí, esse ano passei a fazer parte de uma rede social dedicada aos fãs do Arashi. Quem leu recentemente ou não algum artigo do blog, pôde notar que eu gosto muito dessa boyband japonesa, né? Então, entrei nessa rede, o Arachikut. E lá, já desde 2009, eles promovem um "Amigo Secreto de Fanfics".
Eu não sou escritora de fanfic, mas recentemente tenho escrito algumas coisas e lido ali no Arachikut. Em geral, não gosto de fanfics por achar tudo muito especulativo e, nas fics de obras literárias, como As Crônicas de Nárnia por exemplo, o ficwriter apenas especula sobre uma possível sequência a uma história que já foi concluída pelo autor e, no casa d'As Crônicas, o autor inclusive já faleceu há anos.
Por isso, eu nunca consegui concluir a leitura de uma fanfic sobre esse tipo de tema. Mas, ao me interessar sobre fanfics "arashians" (fanfics de fãs de Arashi sobr eles), eu passei a gostar desse tipo de literatura. Claro que não é de tudo que eu gosto! Tem as fics Yaoi, por exemplo, que tratam de ralacionamento de homem com homem e não me descem. Mas muitas eu amo ler. As que postei aqui, à época do meu aniversário, foram apenas algumas, que foram me dado de presente, das muitas que tem lá.
Então, resolvi brincar também. Eu me inscrevi no amigo secreto. Já publiquei minha fic lá, e minha amiga secreta foi a Yuki-chan, outro dia quem sabe eu publique aqui também. Hoje, estou escrevendo somente para mostrar o prasente que eu ganhei, de uma grande e queridíssima amiga, a Yukari Ueno.
Quem quiser, pode ler ouvindo essa música do vídeo.
Afinal, em algumas partes da fic, a Yuka usou pedaços dela.
Eis a fic:
I want somebody
"Quando
eu vejo pessoas que dão o seu melhor pelos
seus momentos mais difíceis, porque eu consigo sentir as
coisas maravilhosas neste mundo, eu nem sei por
que eu iria começar a chorar muito, mas as lágrimas nesses momentos são muito quentes.
E é por isso que eu gosto de
chorar..."
(Matsumoto Jun)
"Eu
caminho em círculos sem saber o seu nome
A lua estava
ofuscante na noite em que te procurei
Onde você se
esconde e dança?
Para começar
a história, você atravessou a porta"
Estava eu, em mais uma festa chata promovida pela
Jimusho para a divulgação do Arashi, sentado em um sofá vermelho no fundo da
sala.
O relógio badalava, e marcava nove horas da noite.
Eu poderia estar muito bem em minha casa, provavelmente me distraindo com algum
livro. Mas não, "Matsumoto-san, você deve comparecer a essas festas! A
imagem do Arashi depende disso!", e blá blá blá.
Olhava, através da gigante janela, a lua cheia
brilhante, iluminando o enorme jardim de fora.
Foi quando você entrou tímida, por aquela porta.
Sim, ainda me lembro muito bem desse instante. Os passos não muito firmes,
porém seu luxuoso vestido roxo juntamente com sua beleza irradiante me chamou a
atenção.
Pode ser que o resto dos outros convidados não tenha
percebido sua entrada, mas para mim foi algo triunfante. E quase derrubei a
taça de champanhe que segurava.
Você ajeitou uma mecha que caía em seu rosto,
acomodando-o atrás da orelha. Fitava o chão, como se estivesse realmente
constrangida pela situação.
E quando percebi, eu já estava ao seu lado.
"O
futuro que perseguimos ilumina esse caminho único.
Mesmo em
silêncio, percebo suas emoções
Isso é um
milagre que não presenciamos duas vezes."
-Er...está sozinha?- perguntei, com meu rosto
levemente ardendo. - Se sim, posso fazer companhia, e...
-Não, obrigada. -fui interrompido secamente, mas
você sorriu gentilmente. - Eu sei que você deve estar muito ocupado,
Matsumoto-san...
-Jun, me chame de Jun. E, você, qual seu nome?
-Acho que não é de seu interesse...
Droga, mas porque você não olhava para mim? Eu
parecia tão chato assim?
-Eu não estou fazendo nada, posso ficar com você.
Venha, vamos sentar lá fora. Deve estar mais vazio.
E assim fizemos. Pelo pequeno percurso, eu
cumprimentava alguns patrocinadores ou empresários, enquanto você me seguia por
trás, abaixando a cabeça levemente para tais pessoas influentes.
Como um bom cavalheiro, puxei sua cadeira, e, nossa,
como você estava vermelha! Seria o calor, ou o amontoado de gente lá dentro que
a deixara assim?
Havia sete mesas redondas distribuídas uniformemente
por um espaço central no jardim. Cobertas por um veludo cor de pele, e
enfeitadas com flores variadas. A nossa, especificamente, eram rosas que,
depois de algum tempo, descobri que eram suas favoritas.
-Então, o que faz nesta festa chata?
-Hihi, chata, Matsumoto-san? Você conhece tanta
gente aqui, por que logo veio falar comigo?
Oh, você foi direta e reta!
-Ah, isso é... -olhei para o lado-... é porque eu
não gosto do pessoal de lá! -disse, apontando para você, ao mesmo tempo em que
assentia com a cabeça. - É, eles são muito interesseiros, e você me pareceu
muito simpática. Mas ainda não respondeu à minha pergunta...
-Sou filha de um interesseiro, herdeira única de uma
das maiores holdings do Japão: Horii.
-Puff! -cuspi a bebida que bebia para o lado. Sorte
que ninguém estava lá, se não eu teria que pagar caro para cobrir o estrago...
- E-eu não quis dizer isso, me desculpe! -envergonhado, abaixei a cabeça e
começava a suar frio.
-Hihi, não seja por isso.
Levantei minha fronte, e finalmente consegui
visualizar sua face. Como imaginei, combinava inteiramente com seu corpo. Seus
traços marcantes eram sua boca carnuda, maquiada com um batom básico, e seus
grandes olhos com um lápis escuro. Nada exuberante. Você era, e ainda é
humilde.
E, então, percebi que nós dois estávamos
ruborizados. Todo o sangue parecia circular em nossos rostos, e de repente a
temperatura começou a aumentar, fazendo-me afrouxar um pouco a gravata.
"Eu
quero alguém, somente uma vez pude te encontrar sem querer
Eu preciso de
alguém, esperei por você, eu só quero te proteger"
E, quando menos esperamos, já conversávamos
fluentemente, como amigos de muitos anos. Rimos, contamos histórias, e o tempo
passando imperceptivelmente.
-Nossa! Já esta hora, Matsumoto-san!
-Jun! Já disse para me chamar de Jun! -impliquei,
porque sabia que faria você dar outro sorriso viciante.
-Jun-kun, preciso ir. Amanhã, aliás, hoje, tenho uma
reunião com alguns líderes da área econômica. Minhas sinceras desculpas...
Não! Eu não queria que você fosse embora. Meu
coração começou a bater acelerado. A transpiração começou novamente, e senti
que você me encarava.
-E-eu te levo para sua casa!
-Ah, não incomode com isso. Meu mordomo é pago para
isso.
-Não! Eu faço questão. -foi uma súplica disfarçada
de gentileza. Claro, não queria transparecer meu interesse por você. Ora,
acabamos de nos conhecer! E, digamos que continha certa persistência também.
Minhas decisões são geralmente firmes. Quando quero algo, é difícil eu voltar
atrás. Essa é minha personalidade.
-Tudo bem, Jun-kun...
Yatta!
-Mas com uma condição!
Opa... Será que ela está pensando que tenho segundas
intenções? Meio receoso, balancei a cabeça afirmativamente.
-Vamos nos encontrar mais vezes.
Meu coração parou. Quis sair correndo cantarolando,
não tinha como meu dia ficar melhor! Finalmente, encontrei minha alma gêmea. E
ela estava ali, na minha frente. Parece loucura, mas acredito em amor a
primeira vista.
-Sim, com certeza! -respondi com um sorriso que,
muitos dizem, faz derreter corações (o que eu particularmente não acho, já que
eu o julgo torto).
Fomos caminhando até o estacionamento, contemplando
a bela madrugada. Agora já esfriara um pouco, e nossas respirações chegavam a
pairar no ar. Você se enlaçou com os braços, sinal que sentia frio. Logo,
coloquei meu paletó em você, até chegarmos ao carro.
Parei em frente de seu apartamento que, diga-se de
passagem, era perto do meu. Desci, dei a volta no carro, e abri sua porta,
segurando com firmeza sua mão.
"Nosso
amor nasceu como o vento
Não vou perder
você de vista, gravei seus olhos em minha memória"
Você andava rumo ao hall do prédio, foi quando por
impulso chamei sua atenção. Você parou por alguns segundos, que mais pareciam
minutos, e virou lenta e crucialmente. Ficamos um bom tempo nos olhando, até
que percebi sua cara de indagação.
-Eu...eu te amo!
A sua reação, nunca mais esquecerei.
Sua resposta? "Desculpe, mas já tenho
namorado...".
Droga! Esqueci totalmente desse detalhe! Com o que
eu estava na cabeça? Talvez a adrenalina do momento, talvez a loucura que o
amor pode causar. Mas eu não ia desistir tão fácil. Com você novamente voltada
à entrada do prédio, falei num tom bem audível:
-Dê-me uma chance. Apenas uma. Por favor... -e fiz
uma reverência de noventa graus, ficando nessa posição até ouvir algo de sua
boca.
-Domingo, às 18 no Parque de Enoshima. Lembre-se que
odeio gente não pontual. -dito isso, foi em direção ao elevador do prédio, sem
virar para trás, mas não me magoei. Ao contrário, todo meu corpo vibrava de
alegria.
Certo! Preciso fazer deste encontro, o melhor
possível! E fui embora para casa.
"Os
ponteiros do relógio quebrado rejeitaram nosso destino
Eu quero
alguém, perseguindo seu futuro dentro do meu mapa"
-O QUÊ? -gritei a meu agente, fazendo alguns staffs
nos encarar.
- Sinto muito, Matsumoto-san, mas os demais membros
estão ocupados, e o senhor é o único que pode cobrir esta matéria. Por favor.
-Não sei se você não entendeu, mas eu estou ocupado!
Tenho um encontro agora!
Sim, quando é para dar errado, tudo dá errado. Aquele
dia era o tão esperado domingo, e meu agente estava praticamente ajoelhado,
implorando por minha ajuda.
-Peço sua colaboração mais uma vez, Matsumoto-san!
-Não seja ridículo! -uma voz vinda de longe pôde ser
ouvida. Oh-oh, eu a conhecia muito bem. Bem, até demais.
-J-Johnny-san! -meu agente balbuciou, com uma
vultosa reverência.
-Jun-kun, aprenda a respeitar seu agente! Se ele
está pedindo, ele está mandando! E nada de ficar se encontrando com garotinhas
de esquina, não quero que se envolva em escândalos como seu líder.
Abri a boca para retrucar algo, mas fechei quando
ele me deu uma olhada mortal. Depois dizem que eu que tenho um olhar DoS...
Sabia que se o respondesse, meu pescoço seria cortado.
Na pressa de nossa despedida, nem trocamos nossos
e-mails. Como, então, eu lhe avisaria de minha ausência? Droga, estava tudo
indo ralo abaixo...
Mas tudo bem, para tudo se dá um jeito!
"Eu
preciso de alguém, nossas estações estão se movendo
Eu quero
alguém, só nos encontramos por acaso uma vez."
Pelo menos, eu tinha uma última esperança:
encontrar-lhe no prédio de seu pai, a Horii Holding. Ficava localizado bem no
centro da cidade, um imponente edifício todo vidrado.
Por favor, gostaria de falar com a senhorita Horii.
-pedi para a atendente da recepção do grande lobby principal, na semana
seguinte.
-Por parte de quem devo anunciá-lo?
-Matsumoto, Matsumoto Jun. - ela discou alguns
números no telefone, sinal que você deveria estar lá. Respirei aliviado.
Eu estava com um buquê de rosas vermelhas, e mais
alguns biscoitos feitos artesanalmente. Não, não fui eu quem fiz, porque sou um
desastre na cozinha. As pessoas geralmente pensam que somos chefs por causa do
Himitsu no Arashi-chan, mas isso se deve a um grande time de staffs por trás
das câmeras. Uma vez Sakurai-san quase incendiou o set inteiro! E, sim, os
biscoitos foram inspirados em
Hana Yori ango.
-Pode subir, Matsumoto-san. A Horii-san o
aguarda em sua sala, no décimo andar. -agradeci, e peguei o elevador. Foram
alguns minutos de tensão. Como iria me receber?
"Eu
preciso de alguém, esperei por você...
...só queria
te proteger."
Bati a porta, e recebi um "Entre, por
favor.". Abri cuidadosamente, dando de cara com uma sala comprida e
organizada. Alguns sofás no meio, e ao fundo sua escrivaninha. Você assinava
alguns papeis, e fui me aproximando aos poucos.
-Desculpe por vim a esta hora, mas...
-O que veio fazer aqui?
O tom de sua voz era diferente a da festa. Era seca,
sem sentimentos. Meu coração sentiu um aperto, eu sabia que tudo isso foi por
minha causa.
-Vim pedir desculpas.
-Não as aceito. Eu avisei que odeio gente que não
chegam no horário combinado. Não venha com desculpas esfarrapadas também. Se
veio só para isso, pode se retirar.
Suas palavras foram de grande impacto. Eu era um
grande tolo por acreditar em um amor impossível. Não! Não irei desistir, ou não
me chamo Matsumoto Jun!
Raios começaram a cair no céu já nublado. Seria um
aviso divino para o que eu estava prestes a fazer?
"Nos
encontramos sem querer, seu futuro está em minhas mãos
sem saber o
seu nome, te abracei..."
Sem pensar duas vezes, ajoelhei-me no chão duro e
gelado:
-Desculpe-me, por favor! Foi tudo um mal-entendido.
Por favor, deixe-me explicar o que aconteceu.
-Não, Matsumoto-san. Você... -percebi que uma
lágrima caía timidamente em seu rosto macio e sedoso- ...reparou que nem sabe
meu nome?
Tudo que pude fazer foi arregalar os olhos. Tinha
esquecido completamente desse detalhe! Como sou um idiota!
-Você me fez esperar por uma hora, que nem tonta!
Não sabe em tantas coisas, e besteiras, que pensei... Basta, não quero que você
venha aqui novamente. Por favor, vá embora. - pedia enxugando as lágrimas.
Como fui egoísta! Pensar que tudo ficaria bem,
enquanto deixei uma dama me aguardando, provavelmente sozinha. Pensando melhor,
você poderia ter ido embora prontamente depois de alguns minutos, não? Porém,
você me esperou... Então havia pelo menos uma gota de esperança em meu coração.
Minha visão ficou opaca no momento em que você se
levantou, veio em minha direção, e passou direto e reto por meu lado para,
depois, abrir a porta.
-Adeus, Matsumoto-san. Não me procure mais.
A porta se fechou vagarosamente, e pude escutar o
som dos ponteiros se movendo. Tic-tac, tic-tac, tic-tac... No centro da sala me
encontrava, atordoado com tudo que acontecia. Minha cabeça estava o caos, como
prosseguiria? Não, eu não vou desistir facilmente!
Num impulso, pus a ficar de pé e sai correndo em
direção da pessoa que mais amava. Você estava saindo pela porta do hall de
entrada. Ainda chovia. Torrencialmente. Por minha sorte, na rua não tinha sinal
de táxi algum.
-Emily!! Me escuta, por favor! -eu berrei, arfando
pela corrida que acabara de realizar. Sim, eu li seu nome na placa em cima de
sua escrivaninha, ao lado de uma pilha de livros. Então você era mestiça. Mas o
amor não olha para a raça, cor, idade, nacionalidade ou descendência. O amor
visa o interior da pessoa; o carisma, gentileza, altruísmo, enfim, a beleza
interior.
Você não deu ouvidos, e continuou a procurar um
táxi. Tsc, como sempre, teimosa. Suspirei e dei alguns passos, no que você
correu para o meio da rua. Ainda bem que a rua estava vazia, sua louca!
-Eu disse para não me seguir, Matsumoto-san!
Puxei o ar algumas vezes para me acalmar, e
finalmente gritei com toda minha força:
-Emily! Eu te amo! Por favor, me desculpe! Eu fui um
tolo, um ingênuo! Prometo nunca mais lhe fazer esperar, prometo estar sempre ao
seu lado! Meu coração já lhe pertence! Então, por favor, me dê mais uma chance!
-fiz uma reverência mordendo os lábios, e continuei-
"Eu quero
alguém
Eu preciso de
alguém
Eu quero
alguém!"
- a chuva caía sobre nós dois, e uma multidão
se formava ao nosso redor. Com os cabelos molhados, pingando constantemente,
aguardava por sua resposta. Finalmente, senti um arrepio quando você se
aproximou. Voltei à posição com a coluna ereta. Você olhava nos cantos dos
olhos.
- Eu... Eu menti quando disse que já namorava. -sua
pele branca foi mesclada ao vermelho. -Eu perdôo você. Mas prometa que nunca
mais fará isso.
-É claro, prometo, prometo! -e, como em um filme
romântico, nos abraçamos. Pude sentir as palpitações de nossos corações se
fundindo, transformando-os em uma batida compassada.
Aplausos foram ouvidos, acompanhados de buzinas.
Buzinas? Ahh, estávamos no meio da rua! Que nem dois tolinhos voltamos à
calçada, desajeitados.
E assim foi o começo de nosso namoro, um tanto
quanto complicado. Para explicar todo o mal-entendido, te levei no restaurante
mais caro de Tokyo e, claro, foi onde eu pedi sua mão.
Hoje somos casados, e temos uma filha linda! Ok, ela
puxou a beleza da mãe e a língua do pai. Que filha, neste mundo, é capaz de
chamar o próprio pai de "sobrancelhas de taturanas grávidas"? E mais,
ela reclama das minhas roupas estilosas de oncinha! Onde já se viu isso?
Mas o que importa é que ela é saudável, e ladeada de
pessoas que a amam.
Agora, minhas duas princesas estão na cozinha
preparando alguma guloseima para a virada do ano. Uau, como o ano passou
rápido!
Atualmente, as pessoas têm se apegado rapidamente às novas tecnologias e se acomodando, usando "muletas" para sustentar sua inteligência. Então, muitas vezes, essa inteligência se torna artificial.
Vê-se que a cada dia isto tem se tornado mais e mais real. Escolhe-se uma calculadora para fazer uma simples soma, e não mais o cérebro. Recorre-se à agenda do celular para verificar um número de telefone, não mais à memória humana pura e simples. Prefere-se o conhecimento da Internet, em detrimento, muitas vezes, da experiência humana.
Deste modo, cada vez mais a humanidade tem se tornado dependente dos avanços tecnológicos. Algo que era para gerar benefícios, acabou gerando uma "burrice" por vezes até maior que a falta de conhecimento. Pior que não saber é a preguiça de querer saber, a preguiça de pensar.
O aumento desta "burrice", que nasceu da substituição do conhecimento natural por um conhecimento dependente, é a causa dessa inteligência artificial. Isso tudo faz com que as pessoas não mais saibam algo. Elas simplesmente "pesquisam na Internet".
Feliz é aquele que de fato sabe alguma coisa, não é apenas um dependente. Mas, infelizmente, alguém assim já é "uma espécie em risco de extinção".