E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

domingo, 7 de abril de 2013

O inverno do Natal na guerra

Boa tarde a todos! Atualmente estou lendo O Inverno da Guerra, do jornalista Joel Silveira, para um projeto desenvolvido na faculdade. E eu estou simplesmente AMANDO! O cara manda muito, escreve belamente e é um completo repórter. O livro é uma coletânea de suas melhores reportagens mandadas da Itália quando ele foi correspondente de guerra em 1944/45.

Não estou nem na metade do livro, pois não tenho muito tempo disponível para leitura ultimamente, mas já sei que é um dos melhores que já li em minha vida. Em uma curta entrevista para o Globo News em fevereiro deste ano, na véspera da estreia de seu documentário sobre Joel Silveira,  Garrafas ao mar: a víbora manda lembrança,  Geneton Moraes Neto disse: "Você vê como se fez jornalismo de alto nível no Brasil. Jornalismo literário de alto nível. Joel Silveira é um grande exemplo... Rubem Braga... os textos que ele mandou da Itália para o Brasil, o textos que o Joel mandou... são textos que não ficam devendo rigorosamente nada ao novo jornalismo americano".

Este jornalismo literário de Joel Silveira, presente no livro "dos pés à cabeça", tem me alegrado mais a cada dia. Nunca antes tivera contato com algo assim (bela estudante eu sou...) e estou adorando! E, ao ler a reportagem/correspondência "Não vá além daquele poste", mandada por ele após o Natal de 1944, li algo que me tocou profundamente. Fiquei arrepiada, altamente comovida, condoída e meus olhos se encheram de lágrimas (não sabia que jornalismo me suscitaria essa intensidade de emoção). Vejam um parágrafo que transcreverei aqui:

"Esta é a história de um Natal brasileiro na frente de batalha. Um Natal diferente, gelado, traiçoeiro, de homens se arriscando numa terra varejada pelos morteiros, pelas metralhadoras. Muitos outros brasileiros, além dos soldados do capitão Ernani Ayrosa da Silva, viveram também um Natal semelhante. Eles vieram de suas cidades, grandes ou pequenas, de suas capitais, vilas ou simples povoados, e enterrados em suas trincheiras relembram outros Natais, de paz. Este ano, na noite do Senhor, eles manejaram suas metralhadoras, jogaram granadas de mão, foram feridos ou mortos, mataram e feriram, porque assim é a guerra. E porque assim quis o fascismo de Hitler e Mussolini. É compreensível que nem todos saibam direito porque lutam ou o que literalmente significa a palavra fascismo, no que ele contém de ilógico e de monstruoso, de diabólico e de aberrante. Mas todos já sabem perfeitamente que o tedesco é a essência viva de um estado de coisas agressivas e amoral que tem que acabar. E como nenhum pracinha deseja ter um Natal como este de 1944, sabem que é preciso derrotar os tedescos o mais depressa possível. É uma lição nova que todos eles aprenderam no livro da guerra, um livro aberto e inexorável onde cada página encerra a hora da verdade." 


Sem mais para o momento, pois só li até aí (página 52, de 171), a única coisa que posso dizer: leiam este livro. Com certeza, será uma ótima experiência!

2 comentários:

Anônimo disse...

Puxa Carol! Fiquei meio emocionada com o texto e me interessei pelo livro....a guerra é algo horrível! É quando ideologias conflitam e a solução encontrada é uma batalha de ódio...Mas enfim, adorei! ;)
Beijinho, Thais

Emily Caroline disse...

Thatá, sua linda! Obrigada!! Gosto tanto dos seus comentários!! Este livro é mesmo ótimo! Leia sim! E é... A guerra é horrível~