E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Os Humanos que são Números

Resenha da crônica "Recado ao Senhor 903"

A crônica de Rubem Braga, que foi um grande cronista e jornalista brasileiro, "Recado ao Senhor 903", é um retrato da vida contemporânea. Embora tenha sido escrita em 1953, muito fala da vida que levamos, da superficialidade nos relacionamentos, da distância entre as pessoas, mesmo entre dois vizinhos que moram no mesmo prédio.
Trata-se da carta de um vizinho a outro, um homem que chama o outro pelo número de seu apartamento. Por isso o título. De fato, esse mesmo homem já havia sido primeiramente chamado por um número, o 1003, referente ao seu apartamento.
A carta é um pedido de desculpas por ele (o 1003) ser um vizinho tão bagunceiro e causar tanto transtorno para o (vizinho) 903, que anteriormente havia escrito uma reclamação para o zelador referente à bagunça e ao excessivo barulho de madrugada que o 1003 causava, além de ter reclamado verbalmente. O 1003 trata seu vizinho pelo número, assim como também fora tratado, já que nenhum dos dois sabe o nome um do outro.
Então, o 1003 passa a discorrer sobre as pessoas se resumirem a números: “Nossa vida, vizinho, está toda numerada; e reconheço que ela só pode ser tolerável quando um número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos.” (grifo meu). Reparem que nesse trecho o autor, por meio do narrador-personagem, mostra que para muitos as pessoas já não são tratadas como seres humanos, mas tão somente como números. São os números na empresa, na determinada repartição, no seu devido cargo, no colégio, faculdade ou no prédio onde você mora. Poucos conseguem manter um relacionamento mais profundo para saber o nome do morador do apartamento 903, por exemplo, ou do 1003. 
Apesar de essa pequena história se tratar apenas do relato de um simples acontecimento do cotidiano na realidade de duas pessoas que são vizinhas, é evidente que é feita uma grave crítica à realidade desses relacionamentos interpessoais nos dias atuais dentro da sociedade em que vivemos. Tanto é que Rubem Braga termina seu texto com dois últimos parágrafos na carta do vizinho 1003 expressando o desejo deste por uma outra vida, na qual as pessoas saibam o nome umas das outras. “E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o dom da vida, e a amizade entre humanos, e o amor e a paz.” (grifo meu).    
A única conclusão a que pude chegar lendo essa crônica é que o relacionamento saudável, no qual os envolvidos se chamam pelo nome, está cada vez mais raro. O que Rubem Braga escreveu há quase 70 anos ainda é a triste realidade vivida atualmente. É uma boa crônica, ótima até, sem contar que foi escrito por um autor de genuína sensibilidade. Não é qualquer um que consegue retratar o cotidiano e fazer uma crítica tão real e ao mesmo tempo nenhum pouco ofensiva quanto ele.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A fanfic que escrevi no amigo secreto~ Arashi, claro, hihi


Essa fic eu escrevi para minha amiga arashian, Yuki-chan, no amigo secreto que teve lá no Arachikut no fim de 2011. Espero que gostem^^

Ah, os dois, protagonista e coadjuvante, por assim dizer, são dois integrantes do Arashi, Ohno Satoshi e Ninomiya Kazunari. A Yuki é personagem que criei em homenagem a minha amiga, dona do presente, que é completamente apaixonada pelo Kazunari. Ele e Ohno são muito amigos. 

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“O que o fez se apaixonar, Nino?”

- Oh-chan, tenho uma novidade! Você pode vir aqui no meu apartamento pra gente conversar?
- Ano... Nino, é que eu acabei de sair do banho e ia preparar alguma coisa pra eu comer. Pode ser depois?
- Não dá pra ser agora, Oh-chan? Vem, você janta em casa, eu faço miojo.
- Eu lá quero jantar miojo, Ninomiya?!
- Então eu peço alguma coisa por telefone. Ou você traz. Mas vem logo!
- Demo...
- Onegai!
- Tá bom... você venceu! O que você quer jantar?
- Eba! Eu quero um lanche bem gostoso!
- Eu vou passar num Drive e pegar então. Pode ser McDonald’s?  
- Hai!
- Perfeito. Chego aí daqui uma meia hora.

Ninomiya Kazunari desligou o celular e caiu sentado no sofá da sala. O DS estava ao seu lado, mas ele não queria jogar. Não daquela vez. Ele estava muito empolgado! Não conseguia pensar em games e afins. Tentou ler um mangá, mas também não conseguiu. Então, tudo o que podia fazer era ficar olhando para o relógio ao lado da TV, esperando ansiosamente que Ohno chegasse logo.
Estava com fome. Ainda bem que ligara para ele! Assim, não teria que comer miojo, já que o amigo compraria a janta. Mas, mais que fome, queria muito mesmo conversar com ele. E precisava ser já! O motivo: ele achava que encontrara a pessoa certa, a mulher de sua vida.
Mas ele já namorava! Bom, isso eram outros quinhentos. Sua relação com a Yukiko já não ia bem fazia algum tempo. Eles brigavam muito, por qualquer motivo. Estava cada vez mais insustentável manter a relação.
No começo, ela comprometeu-se a nunca reclamar que “ele jogava demais” nem implicar com seus games, afinal, ela mesma gostava muito de jogar. Mas o tempo foi passando e ela a cada dia cobrava mais sua atenção. Ela reclamava que ele “só dava atenção pra video-game” e esquecia dela.
Isso não era verdade! Ele dava atenção para ela, não dava? Sim, ele jogava muito, e não conseguia parar de jogar sempre que ela pedia, mas mesmo assim, ela prometera não reclamar disso, né?
E no começo também, ela o elogiava bastante, mas hoje não mais. Nem dizia suficientemente que o amava ou que ele era lindo. Ás vezes, passava dias sem dizer algo assim para ele e isso o deixava frustrado. Será que ela ainda gostava dele?
E mais! Ela ficava enchendo quando ele fazia bagunça ou era desordeiro. Não tinha mais a tolerância de antes. Quando vinha ao seu apartamento, ficava pondo ordem em tudo, mexendo em tudo, dizendo que ele era bagunceiro, isso e aquilo. Afirmava que ele não sabia fazer nada sozinho!
Além de tudo isso, ela comprara um vestido na semana passada. O vestido é bonito e fica muito bem nela, é verdade. Não é sensual nem nada, um longuete apenas, nem mostra muito as pernas ou é vulgar demais. Mas mesmo assim, ainda era um vestido! Ele não queria saber de vestidos! Mesmo ela ficando tão linda com ele. Sua namorada não tinha que ficar usando vestidos por aí.
Contudo, aquela mulher que ele conhecera hoje não era de forma alguma como a Yukiko!
Como era seu dia de folga, ele aproveitou para dar uma volta e jogar DS na praça, depois ia comer em algum lugar não muito caro, já que sua namorada estava fora da cidade a trabalho por três dias. Foi no banco da praça que ele encontrou. Ruri. Ela estava jogando um DS também. Então, ele pediu licença para sentar a seu lado e começou a jogar.
De tempos em tempos, sua atenção no jogo se distraía e ele se pegava admirando a beleza daquela moça sentada a seu lado. Depois de quase 40 minutos, ele tomou coragem e perguntou seu nome. Foi assim que começaram a conversar. Falaram tanto e por tanto tempo e até esqueceram da hora, pois tinham muito em comum e a conversa era fácil.
Ele então a chamou para almoçar num restaurante (não muito caro) ali perto e ela aceitou! Durante a refeição, conversaram mais e mais e se conheceram melhor. À tarde, também ficaram juntos. Nino a chamou a seu apartamento, jogaram PS3, leram mangá, comeram bobeiras que ele tinha no armário, conversaram e riram. Foi um dia bastante agradável.
Não deram nenhum beijo nem nada, afinal Nino bem sabia que era um homem comprometido e não queria trair Yukiko enquanto estivessem juntos. Mas que rolou um clima, ah rolou! Ficou de ligar para Ruri no dia seguinte, e planejava terminar o namoro o quanto antes.
Nino seguia essa linha de raciocínio quando ouviu o toque da campainha. Levantou-se e foi abrir a porta. Ohno Satoshi entrou com os lanches em ambas as mãos e os deixou na mesa da cozinha. Ao sentir o cheiro da comida, Ninomiya passou a mão pela barriga, fechou os olhos e inspirou profundamente. Em uma fração de segundo já estava sentado à mesa.

- Oi pra você também, Nino-chan.
- Ah! Oi Oh-chan. – ele nem olhou para o amigo direito, já abrindo o pacote com o lanche. – Trouxe refrigerante?
- Você não tem aqui? – Ohno foi até a geladeira e a abriu, espiando lá dentro – Eu não trouxe. Você não pediu...
- Eu tenho que pedir, Oh-chan? – dando a primeira mordida no lanche e continuando a falar, de boca cheia: - É lógico, né? Que bebemos refrigerante quando comemos lanche!
- Não fale de boca cheia que é feio! – Ohno disse, como um pai repreendendo o filho, com a mão na cintura. – Bom, de qualquer forma – se sentando - eu não sabia, ok? Vamos beber um suco.
- Não tem suco. Eu e a... a... Ruri-chan... – quando ele disse esse nome, o outro o olhou sem entender – bebemos o único que tinha hoje à tarde.
- Então, não vamos beber nada. Ou beber água. Mas me explica... quem é essa tal Ruri-chan?
- Oh-chan, depois que a gente comer eu explico, está bem? – Nino foi até o armário pegar dois copos e abriu a geladeira, pegando a jarra com água.
- Ano...
- Depois.
- Uhm... hai.

Depois da refeição, ambos foram para a sala e se sentaram no sofá. Automaticamente, Nino pegou o controle remoto e ligou a televisão.

- Etto ne, Nino-chan... diz aí... quem é a Ruri-chan?
- Ah, uma moça que conheci hoje.
- Majide?! Hoje? E já tem essa intimidade toda?
- Riida (de leader), ela é linda demais!

O outro olhou espantado. Não era normal o amigo falar que outra mulher era tão linda, a não ser sua namorada.

- De onde essa tal Ruri surgiu?
- Não fale assim, Riida. É a Ruri-chan!
- Daijoubu. De onde ela surgiu?
- Eu a conheci por acaso hoje, na praça.
- E como é que ela veio parar no seu apartamento? – Ohno pegou o controle sobre o colo de Nino e desligou a TV, que até aquele momento falava sozinha, já que nenhum dos dois sequer tinha olhado para ela.
- Eu e ela fomos jogar DS na praça e nos conhecemos. Daí, conversamos um monte. Temos muito em comum, Oh-chan! Acho que nascemos um para o outro.
- O quê??!! E a Yuki-chan??
-  Ah, nós estamos brigando muito ultimamente. Acho que não vamos dar certo mesmo.  Vou terminar com ela!
- Nande? Não gosta mais dela, Ninomiya? Mas você parecia tão apaixonado! Até já falou de casamento!
- Não é que não gosto dela. Sim, eu falei em casamento. Comprei até aliança, mas não fiz o pedido ainda. E acho que agora, com a Ruri-chan, não vou mais nem fazer.
- Mas você não ama a Yuki-chan?
- Amo. Eu acho que amo. Mas tá tão difícil ultimamente... – ele pôs os pés sobre o sofá e abraçou as pernas, apoiando o queixo nos joelhos.

Ohno ficou em silêncio durante um tempo, pensando. Ele queria fazer o amigo enxergar que era da Yuki-chan que ele realmente precisava, era a Yuki-chan que ele realmente amava e com ela que ele queria ficar, mesmo achando que essa Ruri tinha “caído do céu” e era a solução par todos os seus problemas.
Finalmente, depois de uns cinco minutos, ele teve uma ideia! O jeito era fazer o Nino entender por si só. Disse:

- Nino-chan, há quantos anos estamos juntos?
- Hã?
- Há quantos anos estamos juntos? Eu, você, o Jun-chan, o Aiba-chan e o Sho-chan? Há quantos anos existe o Arashi?
- Essa é fácil! 12 anos! Só não sei o que isso tem a ver...  – baixando a cabeça, um pouco desanimado.
- Ótimo! Estamos juntos há 12 anos. Nesse tempo todo, foi só festa?
- Como assim?
- Tudo estava bom o tempo todo? Sem brigas nem discussões? Tudo um mar de rosas?
- Claro que não, baka. Isso é simplesmente impossível numa relação interpessoal! Mas eu ainda não entendo aonde você quer chegar. – Nino coçou a cabeça, sem conseguir acompanhar o raciocínio do outro.
- Calma que você já vai entender. Mesmo havendo brigas e desentendimento durante todos esses anos, ainda estamos juntos, não é?
- Hai! Mas é porque os momentos de felicidade são muito maiores e mais importantes que as brigas e nós temos um compromisso com o Johnny-san e com os fãs, que são o sexto membro do Arashi. Além do mais, nós somos amigos.
- Sim, amigos. Temos uma ligação forte. Um laço que nunca vai se desatar. Agora, mocinho... – e Ohno deu um soquinho de leve no ombro do amigo, sorrindo – o que está dando errado para você e a Yuki-chan?
- Ano... – o mais novo coçou a cabeça, ainda confuso com a variedade de assunto que o outro abordava.
- O que há de errado, Ninomiya?

Ele enrolou alguns minutos para responder. Por fim disse:

- É que ela já não é mais a Yuki-chan que eu conheci!
- Por que não?
- Porque agora ela até comprou um vestido, Oh-chan!
- O vestido que ela foi na festa semana passada?
- Hai!
- Demo... eu achei ela muito bonita com aquele vestido amarelo-bebê, você não achou? E com aquele penteado então! Você não gostou?
- Claro que eu gostei!
- Então!
- Demo... antes ela fazia tudo que eu queria... antes ela me deixava jogar meus games a hora que eu quisesse!
- Por acaso, ela te proibiu de jogar?
- Não – Nino uniu as mãos e olhou para elas, encabulado.
- Então! Aposto que ela só quer que você dê mais atenção a ela e não fique jogando o tempo todo.
- Demo... agora ela implica com um monte de coisas! Diz que minha casa fica sempre bagunçada e que eu não consigo viver sozinho.
- Nino-chan... – Ohno olhou para ele com olhar condescendente – olhe em volta. Faz só dois dias que a Yuki-chan não aparece por aqui e veja só a bagunça que está isso aqui.
- Demo...
- Chega! Olha, Nino... seus argumentos estão fracos. Não conseguiu me convencer com nenhum deles. Mais parecem desculpas...
- Demo...
- Eu disse chega! Você concordou que o Arashi está junto há 12 anos, né?
- Hai! – Nino deu um sorriso maroto – Todo mundo sabe disso, Oh-chan.
- E alguma vez, alguém já usou alguma roupa que você não gostou? Alguma vez alguém se vestiu de uma forma que você não se vestiria nesses 12 anos?
- Hai! O Jun-pon vive usando aquelas roupas extravagantes e pouco discretas...
- Viu? E você “terminou” com ele por causa disso?
- Não. Na verdade, acho que ele fica até bem com algumas das roupas dele. Roupas que só ficam bem nele mesmo.
- Então! Uhm... deixe-me ver... algum de nós alguma vez já chamou sua atenção porque você fica muito tempo jogando e por vezes não dá atenção pra mais nada?
- Hai! Lembro aquela vez que o Sho-chan desligou o PS3 da tomada pra eu prestar atenção ao que ele dizia, hahaha.
- Viu só? E você “terminou” com ele por causa disso?
- Não.
- Então! Quantos anos mesmo? 12, né? – e ele deu uma piscadinha para o amigo – Agora me diz, você ia conseguir viver sozinho, Nino-chan?
- Não.
- Ia conseguir manter isso aqui – fazendo um gesto com as mãos, abrangendo todo a apartamento – em ordem sozinho?
- Não, Oh-chan.
- Olhando para essa sala, com seus mangás espalhados no tapete, os games fora da estante... você consegue dizer que é uma pessoa totalmente organizada?
Dessa vez, Nino somente balançou a cabeça em negativa.
- E, ninguém, nenhum de nós quatro, um dia chegou e reclamou da sua bagunça?
- Hai! Teve aquele dia que o Aiba-chan...
- Todos nós sabemos que você não é muito organizado porque tem preguiça de fazer as coisas, prefere ter alguém com você.
- Na verdade, eu prefiro mesmo.
- Então, Nino! Estamos há 12 anos juntos... e com certeza você já conheceu alguém... um outro Johnny, talvez?... que “combina” mais com você do que nós. Que nunca usou roupas inadequadas, que nunca reclamou da sua bagunça e que deixa você jogar sempre que quer, mas mesmo assim você nunca nos deixou, não é?
- Não.
- E já temos 12 anos.
- Hai!
- Nino... agora põe na balança... quanto tempo você está com a Yuki-chan?
- Dois anos.
- E o que importa mais? Esses dois anos de amor ou um mero vestido que ela comprou pra ir a uma festa? Esses dois anos ou algumas vezes que ela pediu que você desse mais atenção a ela que ao jogo? Esses dois anos ou...
- Acho que estou entendendo, Oh-chan – Nino interrompeu, passando a mão pelos cabelos e suspirando.
- Está sim. Eu sei que está. Já volto. Vou preparar algo pra gente beber.

Ohno foi até a cozinha preparar um chá. Ao menos os saquinhos do Chá Preto aquele pão duro tinha em casa! Pensando nisso, ele riu sozinho.
Quando voltou para a sala, depois de uns 10 minutos, Ninomiya esperava com a mão esticada, pronto pra receber o seu. Ohno entregou a ele e, soprando de leve, bebericou do seu copo e se sentou novamente no sofá. Deixou o chá sobre a mesinha de centro, recostou-se, cruzou as mãos sobre o peito e disse:

- E aí, Nino-chan, chegou a alguma conclusão?
- Ainda não.
- Eu vou explicar de novo. O Arashi é muito importante para você, né?
- Hai!
- Por isso, mesmo quando houve brigas, mesmo quando não nos entendemos muito bem, você não desistiu de nós, certo?
- Hai!
- Lembra-se daqueles primeiros anos? Principalmente o primeiro e o segundo. Nós ainda não nos conhecíamos tão bem, né?
- Hai! Bem, eu, o Jun-pon e o Aiba-chan já estávamos juntos há algum tempo, né?

Ohno concordou com a cabeça e prosseguiu:

- Mesmo a gente não se conhecendo direito, mesmo ainda não sendo tão amigos, mesmo com muitas diferenças, ainda assim nós continuamos juntos!
- Claro, né? Ainda bem que não desistimos, nenhum de nós.
- Esse é o espítito, Ninomiya Kazunari! – o mais velho sorriu e pegou novamente seu copo, bebericou e colocou novamente sobre o móvel; o copo de Nino já estava vazio e ele o deixou sobre a mesa.
- Com o tempo, você foi nos conhecendo e nós fomos te conhecendo. Hoje, somos inseparáveis! Agora pensa: o Arashi é um grupo, nós somos cantores, atores, dançarinos, temos até um repórter! Mais que isso: nós somos amigos mesmo!

Nino olhava para o Riida. Agora já entendia seu raciocínio, mais ainda não concordava completamente com ele, não estava totalmente convencido. Em seu coração, sabia que Yuki era a pessoa certa. Sabia que a amava. Sabia que o que sentira pelo Ruri-chan fora somente atração.
No momento em que encontrou Ruri, ele estava pré-disposto a dar um fim ao namoro. Yukiko fora viajar brigada com ele e magoada. Nino sabia que era sua culpa. Ela fora no apartamento dele e preparou um belo jantar romântico na noite anterior à sua ida, mas tudo que ele fez fora jogar video-game enquanto ela buscava chamar sua atenção. Depois de três horas, ela desistira de competir com um jogo e foi embora, sem sequer dar tchau. Até aquele instante, realmente não achara que tivesse culpa no cartório, nem que estava errado ao encontrar, “por acaso” (no fundo ele sabia que estivera procurando), uma pessoa que fosse mais compatível e mais igual a ele.
Mas agora começava a reconsiderar sua opinião já formada. Fez um gesto com a mão para que Ohno prosseguisse.

- Bom, Nino, o que quero dizer é que você está prestes a desistir da mulher que ama só porque algumas coisinhas não saíram como você queria. Contei essa história toda sobre nós apenas para ilustrar o que está acontecendo. Você compreende?
- Hai! Agora sim.
- Veja bem. Vocês estão somente nos primeiros anos. Ainda estão se conhecendo. E nós somos amigos, cara. Mas ela... ela é o amor da sua vida! Lembra o que o encantou nela logo no início?
- A meiguice e a sinceridade. Toda a luz que irradia dela.
- Agora me diz: essa luz, você viu nessa Ruri?

Ele somente negou com a cabeça.

- Lembre-se, cara. O que o fez se apaixonar, Nino? Como você descobriu que amava a Yuki-chan? Eu me lembro muito bem e tenho certeza que os outros também. Você não parava de falar dela um minuto sequer quando vocês começaram a namorar. Seus olhos brilhavam! E os dela também. Só de olhar, a gente via que ela estava feliz e que tinha encontrado o homem da vida dela.

Ninomiya, neste momento, ao buscar as memórias de tudo o que Yuki significou para ele desde o princípio e tudo que ainda significava, sentiu seus olhos umedecerem. Pegou seu celular no bolso de trás da calça, foi até a agenda e apagou todos os contatos de Ruri que coletara naquela tarde. Depois, fechou e guardou novamente o celular, olhou para o Riida e sorriu.

- Sabe, Oh-chan, você tem razão. Nós nunca desistimos uns dos outros esse tempo todo, mesmo não se gostando em todo o tempo e tendo nossas brigas de vez em quando. E eu... eu... – sua voz começou a embargar e ele foi baixando o tom até quase um sussurro – eu não sei onde estava com a cabeça. É a Yukiko que eu amo! A Ruri... somente apareceu em minha vida, para ficar um dia e não mais voltar. Ela surgiu para eu poder me lembrar... quem eu amo de verdade!
- Viu, Nino-chan? Você entendeu. Fico feliz! Demo...

Ohno franziu o cenho e o olhou com o semblante sério:

- O que a Ruri veio fazer no seu apartamento? Por acaso vocês...?
- Não, não, Oh-chan! – Nino começou a abanar as mãos desesperadamente em negativa, as lágrimas prontas para cair – Não mesmo! Ela veio aqui e a gente só conversou, jogou e leu mangá. Eu não trairia a Yuki-chan, nunca! – a primeira lágrima caiu.
- Ah bom! Ainda bem? Nem um selinho, né?
- Não. – secando a bochecha com a palma.
- Assim é melhor – olhando no relógio de pulso – Caramba! Já esse horário? Preciso voltar para casa, Nino – se levantando do sofá e indo em direção à porta - Quero dormir bem, que amanhã começa tudo de novo. Adeus, folga!
- É mesmo! Jya ne, Oh-chan! E... arigatou... foi muito boa a conversa.
- Mata ashita!
- Ah! – Nino segurou o braço do Riida quando este saía – Eu... realmente achei que a Yuki-chan ficou deslumbrante naquele vestido!
- Eu não disse? Hahahaha! Jya Nino. Oyasumi.
- Oyasumi, Oh-chan.

Nino fechou a porta do apartamento. Todas as fantasias que passaram a tarde toda e parte da noite criando raízes em sua mente se desfizeram como em um passe de uma de suas mágicas. Ruri-chan parecia tão distante agora!
Como ele pudera ser tão baka? Só existia uma mulher para ele. Essa mulher era a Yuki-chan!
De repente, sem mais nem menos, seu cérebro deu um estalo! Ela já não o elogiava há dias nem dizia que o amava, mas ele já perdera a conta de quando foi o último dia que dissera algo assim a ela. Por mais que tenha achado que ela estivera linda na festa semana passada, não disse a ela, mas ao invés disso, brigou porque ela comprara o vestido.
Pegou o celular do bolso e mandou uma mensagem:

Você é a mulher mais linda que eu já vi! Volta logo, amor, estou com saudades. Aishiteru! Pra sempre vou te amar!

Alguns minutos depois, a resposta:


Eu estava sentindo falta de quando você me chamava de linda. Fiquei muito feliz agora^-^ Volto amanhã, Kazu. Também estou morrendo de saudades ♥ Eu também te amo e sempre amarei!
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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Be With You

Ontem (só ontem - arashians, por favor não me batam) eu consegui ver o Time completo. Antes, tinha visto só até a metade, por problemas técnicos, e finalmente, depois de várias tentativas desde o ano passado, deu certo! E, adivinhem: se tornou fácil um dos meus shows do Arashi favoritos~

Aí no final do show perto do final na verdade, antes de encore e as paradas todas, ou seja, antes dos meninos voltarem para o palco e darem um segundo show, eles cantam "Be With You". Já gostava muito dessa música, sério, mas ver essa performance pela primeira vez mexeu com meus brios e eu achei que teria um enfarte deitada na cama vendo o show às 2h da matina. Porque, veja bem, mesmo sem eu entender muita coisa do japonês, a não ser palavras aleatórias jogadas ao vento, a fala dos cinco no momento que antecede a música fez meu coração chorar de emoção. Só de olhar para os olhos deles, a expressão, a sinceridade, dava para notar que eles falavam algo "de dentro pra fora". Futuramente, se alguém tiver a bondade de traduzir pra mim, ou se eu conseguir entender bem o japonês (um dos meus objetivos), eu coloco a tradução aqui, mas por hoje ficarei somente com a música mesmo. 

Ela tem uma letra que... bem... poucas músicas "românticas" são tão belas. Verdade! Por favor, leiam a tradução feita pela Tiali e postada originalmente no Arachikut:

"Lado a lado na rua pavimentada, duas sombras que não combinam,
Como que se encontrando vão crescendo
No meio da hora do rush, para que não sejamos levados
Nós nos demos às mãos...

A multidão vai fluindo, no meio das pessoas apressadas
Fico triste, e chamo seu nome
O cheiro do vento que passou
Em direção a uma nova estação, veja, a cor vai mudando

Com sua voz, com esse sorriso, com tudo isso
Abrindo os olhos eu consigo caminhar
Com qualquer passado, com qualquer futuro, vamos nos entender
Por isso eu vou para onde você está

Toda a tristeza que seus olhos refletem
Se pudesse secar essa dor....
Num passado longínquo, os sonhos que você deixou pra trás
Vamos realizá-los

O tempo passa, e sempre muda alguma coisa, porém
Nós que alcançamos a eternidade
Podemos ficar mais fortes que qualquer um
Daqui a pouco, na cidade, um futuro chegará

Percebi que posso amar fortemente alguém
Por isso, tudo que meus olhos vêem brilha
Esse sorriso, tudo isso, irei proteger
E, sempre, com você

A sua voz, esse sorriso, tudo isso
Sempre me traz de volta pra mim
Qualquer passado, qualquer futuro, vamos sentir
E eu vou para onde você está
E, sempre, com você"


Linda, não é? Vejam o vídeo (que eu cortei do show):

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Começaram as aulas... há uma semana e meia já~

Alguém me bata, por favor?? Ok, pode ser qualquer um mesmo, mas eu mereço levar uma surra por nem sequer ter me dado conta de no mínimo escrever uma notinha sobre o COMEÇO DAS MINHAS AULAS NA FACULDADE!!!!

É verdade, começar de verdade mesmo, com professor em sala, alunos em todas as carteiras da sala, anotando tudo o que o "sensei" lá na frente falava ou nem anotando, enfim... começar mesmo foi só nessa última segunda-feira, dia 06 de fevereiro, mas a Aula Inaugural foi já semana passada.

Começou bem, o professor Marcos, de Sociologia da Comunicação, é muito bom, gostei deveras! Tá, depois da primeira prova talvez minha opinião mude um pouco, rsrs. No segundo período, depois do intervalo, nossa aula foi de Teorias e Técnicas com a professora Flávia. A primeira impressão é que ela é uma pessoa bem metódica e direita, gostei dela~ Daí, ontem tivemos Informática Aplicada, com o professor Elizeu, de quem também gostei bastante, e Língua Portuguesa semipresencial (na verdade, não tivemos exatamente aula dessa matéria, devido ao fato de que o sistema online que utilizaremos só estará disponível a partir de semana que vem). E hoje... bem, hoje vou pra aula daqui uma hora mais ou menos, e falo sobre hoje em outra oportunidade.

Deixa eu pensar... o professor Marcos indicou um filme e um documentário mas documentário é filme também, né?: Além do Cidadão Kane (o documentário) e O Quarto Poder (o filme). Falarei melhor sobre os dois mais abaixo ainda nesse artigo, mas o que quero dizer aqui é... quando o professor disse "Além do Cidadão Kane", eu fiquei o.O. Explico: já tinha visto esse documentário uma única vez, por volta da sétima série do EF. Mas fato é que eu não recordava lá muita coisa (alguém me explica o que raios uma menina de 13 anos acha de interessante nesse tipo de filme?). Conclusão: só lembrava que era antigo, e além disso falava mal da Rede Globo, mais nada. O Quarto Poder eu assisti hoje, crente de que ainda não tinha assistido. E daí... o.O de novo. Afinal, esses dias ainda, rodando pelos telecines da vida, eu passei por um filme que me chamou a atenção, mas como eu odeio deveras ver um filme pela metade, e nos quase 40 minutos que fiquei encarando a TV ninguém disse o nome do filme, eu simplesmente saí da sala e deixei minha mãe se deliciar com um filme quase no fim que ela nem sabia o nome. Agora sei que o nome desse filme é O Quarto Poder.

Assisti novamente "Além do Cidadão Kane" ontem.

É um documentário produzido pela BBC de Londres em 1993 e censurado no Brasil por questões óbvias, que só vendo mesmo pra entender completamente, mas se eu disser que foi proibido aqui no país tropical porque "mete a boca" (com razão e com muitos argumentos totalmente válidos) na Rede Globo e cia tudo que diz respeito ao finado Roberto Marinho, acho que essa razão é o suficiente. Afinal, a Globo é uma entidade ainda hoje muito forte (e muito manipuladora) em nosso país.

Por ter sido proibida a exibição do documentário por aqui, é difícil ou talvez nem seja possível encontrar disponível fora da internet. Eu achei nos vídeos do oráculo Google, mas quem quiser, tenho certeza que pode encontrar em vários lugares. Ver online mesmo, como eu. O documentário tem 1h30min de duração, é meio longo, mas realmente vale muito a pena.

Vale dizer também que nesse filme, há entrevistas de diversas personalidades, tais como Chico Buarque, Leonel Brizola e Washington Oliveto.

Minha opinião: já não gostava muito da Globo apesar de assistir seus programas uma vez ou outra / meu pai é fã da Globo, e agora que vi (e prestei atenção) nesse documentário, meu desgosto multiplicou-se por mil.

O Quarto Poder eu vi hoje.

Esse filme também é um tanto antigo, é de 1997. Muito bom mesmo. Confesso que quando o professor falou sobre ele na aula, eu não botei muita fé, mas ao assistir a todo ele (2h apenas), minha opinião mudou totalmente! 

O quarto poder do qual fala-se no título do filme é a mídia, a imprensa. A história do filme gira em torno do poder da mídia. Conta sobre um homem, pai de família, ex-segurança de um museu (John Travolta) que fica sem ação depois de ter sido demitido. Ele vai novamente ao museu tentar "convencer" sua chefe a empregá-lo novamente, e leva consigo alguns artefatos para intimidá-la. Essa "intimidação" se torna um sequestro, e Sam, que não queria nada além do seu cargo de volta, se vê sendo tratado como um sequestrador cruel que "mantém crianças como reféns" (essas crianças visitavam o museu quando ele vai falar com sua chefe). É claro que suas ações são um pouco imprudentes, mas não teriam assumido tão grandes proporções se não fosse a pressão da mídia, que, por meio de telejornais, aparições "ao vivo" do museu, do sequestrador e dos reféns e entrevistas aqui e acolá, acabou trazendo à luz todo o drama que faz desse filme um dos melhores que já vi!

Com certeza, tanto Além do Cidadão Kane quanto O Quarto Poder eu indico, são muito bons! Não só para quem, como eu, faz faculdade de jornalismo, ou que de alguma forma se interessa por coisas assim. Mas são filmes indicados a todo ser humano! Pois mostram clara e cruamente a situação de manipulação em que vivemos.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Hatenai Arashi

Ok, estou morrendo de vergonha. Eu sou um fiasco mesmo, né? Prometi uma postagem decente sobre o novo blog que eu modero junto com algumas meninas espalhadas por esse Brasil, unidas por um único objetivo: espalhar a Tempestade, arashizando mais e mais. Isso, esse blog foi inaugurado dia 25 de janeiro, mas até agora, eu não falei nada dele! [esperem que eu vou me afogar na privada e já volto].

Voltando... enfim, o que eu estava dizendo é que um novo blog surgiu na área: o Hatenai Arashi, que significa algo como "Tempestade infinita", porque o Arashi é eterno em nossos corações!!! Gostaria de pedir aos meus poucos leitores que visitassem esse novo blog, onde postamos notícias, fotos e em breve teremos também doramas e apresentações dos meninos legendados por nós. Isso mesmo, somos também um fansub! Além, é claro, de no blog conter uma biografia de cada membro e do grupo como um todo, para quem é iniciante no mundo arashian ficar por dentro de tudo né Victória Kommers??

Infelizmente, por eu ser uma pessoa tão relapsa, deixei vencer o prazo para enviar as mensagens para o Aiba-san por meio do HA, na nossa 1ª Campanha, prazo esse que acabou no dia 31 de janeiro. Eu sou muito anta mesmo, rs.


Espero que logo logo tenhamos outras campanhas, né? Para que eu possa promover direitinho~

Mais uma vez eu peço: visitem o blog! E conheçam um pouco mais desse grupo maravilhoso que é o Arashi!!!