Essa fic eu escrevi para minha amiga arashian, Yuki-chan, no amigo secreto que teve lá no Arachikut no fim de 2011. Espero que gostem^^
Ah, os dois, protagonista e coadjuvante, por assim dizer, são dois integrantes do Arashi, Ohno Satoshi e Ninomiya Kazunari. A Yuki é personagem que criei em homenagem a minha amiga, dona do presente, que é completamente apaixonada pelo Kazunari. Ele e Ohno são muito amigos.
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“O que o fez se apaixonar, Nino?”
- Oh-chan, tenho uma novidade! Você pode vir aqui no meu apartamento pra gente conversar?
- Ano... Nino, é que eu acabei de sair do banho e ia preparar alguma coisa pra eu comer. Pode ser depois?
- Não dá pra ser agora, Oh-chan? Vem, você janta em casa, eu faço miojo.
- Eu lá quero jantar miojo, Ninomiya?!
- Então eu peço alguma coisa por telefone. Ou você traz. Mas vem logo!
- Demo...
- Onegai!
- Tá bom... você venceu! O que você quer jantar?
- Eba! Eu quero um lanche bem gostoso!
- Eu vou passar num Drive e pegar então. Pode ser McDonald’s?
- Hai!
- Perfeito. Chego aí daqui uma meia hora.
Ninomiya Kazunari desligou o celular e caiu sentado no sofá da sala. O
DS estava ao seu lado, mas ele não queria jogar. Não daquela vez. Ele
estava muito empolgado! Não conseguia pensar em
games e afins.
Tentou ler um mangá, mas também não conseguiu. Então, tudo o que podia
fazer era ficar olhando para o relógio ao lado da TV, esperando
ansiosamente que Ohno chegasse logo.
Estava com fome. Ainda bem que ligara para ele! Assim, não teria que
comer miojo, já que o amigo compraria a janta. Mas, mais que fome,
queria muito mesmo conversar com ele. E precisava ser já! O motivo: ele
achava que encontrara a pessoa certa, a mulher de sua vida.
Mas ele já namorava! Bom, isso eram outros quinhentos. Sua relação com
a Yukiko já não ia bem fazia algum tempo. Eles brigavam muito, por
qualquer motivo. Estava cada vez mais insustentável manter a relação.
No começo, ela comprometeu-se a nunca reclamar que “ele jogava demais” nem implicar com seus
games,
afinal, ela mesma gostava muito de jogar. Mas o tempo foi passando e
ela a cada dia cobrava mais sua atenção. Ela reclamava que ele “só dava
atenção pra
video-game” e esquecia dela.
Isso não era verdade! Ele dava atenção para ela, não dava? Sim, ele
jogava muito, e não conseguia parar de jogar sempre que ela pedia, mas
mesmo assim, ela prometera não reclamar disso, né?
E no começo também, ela o elogiava bastante, mas hoje não mais. Nem
dizia suficientemente que o amava ou que ele era lindo. Ás vezes,
passava dias sem dizer algo assim para ele e isso o deixava frustrado.
Será que ela ainda gostava dele?
E mais! Ela ficava enchendo quando ele fazia bagunça ou era
desordeiro. Não tinha mais a tolerância de antes. Quando vinha ao seu
apartamento, ficava pondo ordem em tudo, mexendo em tudo, dizendo que
ele era bagunceiro, isso e aquilo. Afirmava que ele não sabia fazer nada
sozinho!
Além de tudo isso, ela comprara um vestido na semana passada. O
vestido é bonito e fica muito bem nela, é verdade. Não é sensual nem
nada, um longuete apenas, nem mostra muito as pernas ou é vulgar demais.
Mas mesmo assim, ainda era um vestido! Ele não queria saber de
vestidos! Mesmo ela ficando tão linda com ele. Sua namorada não tinha
que ficar usando vestidos por aí.
Contudo, aquela mulher que ele conhecera hoje não era de forma alguma como a Yukiko!
Como era seu dia de folga, ele aproveitou para dar uma volta e jogar
DS na praça, depois ia comer em algum lugar não muito caro, já que sua
namorada estava fora da cidade a trabalho por três dias. Foi no banco da
praça que ele encontrou. Ruri. Ela estava jogando um DS também. Então,
ele pediu licença para sentar a seu lado e começou a jogar.
De tempos em tempos, sua atenção no jogo se distraía e ele se pegava
admirando a beleza daquela moça sentada a seu lado. Depois de quase 40
minutos, ele tomou coragem e perguntou seu nome. Foi assim que começaram
a conversar. Falaram tanto e por tanto tempo e até esqueceram da hora,
pois tinham muito em comum e a conversa era fácil.
Ele então a chamou para almoçar num restaurante (não muito caro) ali
perto e ela aceitou! Durante a refeição, conversaram mais e mais e se
conheceram melhor. À tarde, também ficaram juntos. Nino a chamou a seu
apartamento, jogaram PS3, leram mangá, comeram bobeiras que ele tinha no
armário, conversaram e riram. Foi um dia bastante agradável.
Não deram nenhum beijo nem nada, afinal Nino bem sabia que era um
homem comprometido e não queria trair Yukiko enquanto estivessem juntos.
Mas que rolou um clima, ah rolou! Ficou de ligar para Ruri no dia
seguinte, e planejava terminar o namoro o quanto antes.
Nino seguia essa linha de raciocínio quando ouviu o toque da
campainha. Levantou-se e foi abrir a porta. Ohno Satoshi entrou com os
lanches em ambas as mãos e os deixou na mesa da cozinha. Ao sentir o
cheiro da comida, Ninomiya passou a mão pela barriga, fechou os olhos e
inspirou profundamente. Em uma fração de segundo já estava sentado à
mesa.
- Oi pra você também, Nino-chan.
- Ah! Oi Oh-chan. – ele nem olhou para o amigo direito, já abrindo o pacote com o lanche. – Trouxe refrigerante?
- Você não tem aqui? – Ohno foi até a geladeira e a abriu, espiando lá dentro – Eu não trouxe. Você não pediu...
- Eu tenho que pedir, Oh-chan? – dando a primeira mordida no lanche e
continuando a falar, de boca cheia: - É lógico, né? Que bebemos
refrigerante quando comemos lanche!
- Não fale de boca cheia que é feio! – Ohno disse, como um pai
repreendendo o filho, com a mão na cintura. – Bom, de qualquer forma –
se sentando - eu não sabia, ok? Vamos beber um suco.
- Não tem suco. Eu e a... a... Ruri-chan... – quando ele disse esse
nome, o outro o olhou sem entender – bebemos o único que tinha hoje à
tarde.
- Então, não vamos beber nada. Ou beber água. Mas me explica... quem é essa tal Ruri-chan?
- Oh-chan, depois que a gente comer eu explico, está bem? – Nino foi
até o armário pegar dois copos e abriu a geladeira, pegando a jarra com
água.
- Ano...
- Depois.
- Uhm... hai.
Depois da refeição, ambos foram para a sala e se sentaram no sofá.
Automaticamente, Nino pegou o controle remoto e ligou a televisão.
- Etto ne, Nino-chan... diz aí... quem é a Ruri-chan?
- Ah, uma moça que conheci hoje.
- Majide?! Hoje? E já tem essa intimidade toda?
- Riida
(de leader
), ela é linda demais!
O outro olhou espantado. Não era normal o amigo falar que outra mulher era tão linda, a não ser sua namorada.
- De onde essa tal Ruri surgiu?
- Não fale assim, Riida. É a Ruri-chan!
- Daijoubu. De onde ela surgiu?
- Eu a conheci por acaso hoje, na praça.
- E como é que ela veio parar no seu apartamento? – Ohno pegou o
controle sobre o colo de Nino e desligou a TV, que até aquele momento
falava sozinha, já que nenhum dos dois sequer tinha olhado para ela.
- Eu e ela fomos jogar DS na praça e nos conhecemos. Daí, conversamos
um monte. Temos muito em comum, Oh-chan! Acho que nascemos um para o
outro.
- O quê??!! E a Yuki-chan??
- Ah, nós estamos brigando muito ultimamente. Acho que não vamos dar certo mesmo. Vou terminar com ela!
- Nande? Não gosta mais dela, Ninomiya? Mas você parecia tão apaixonado! Até já falou de casamento!
- Não é que não gosto dela. Sim, eu falei em casamento. Comprei até
aliança, mas não fiz o pedido ainda. E acho que agora, com a Ruri-chan,
não vou mais nem fazer.
- Mas você não ama a Yuki-chan?
- Amo. Eu acho que amo. Mas tá tão difícil ultimamente... – ele pôs
os pés sobre o sofá e abraçou as pernas, apoiando o queixo nos joelhos.
Ohno ficou em silêncio durante um tempo, pensando. Ele queria fazer o
amigo enxergar que era da Yuki-chan que ele realmente precisava, era a
Yuki-chan que ele realmente amava e com ela que ele queria ficar, mesmo
achando que essa Ruri tinha “caído do céu” e era a solução par todos os
seus problemas.
Finalmente, depois de uns cinco minutos, ele teve uma ideia! O jeito era fazer o Nino entender por si só. Disse:
- Nino-chan, há quantos anos estamos juntos?
- Hã?
- Há quantos anos estamos juntos? Eu, você, o Jun-chan, o Aiba-chan e o Sho-chan? Há quantos anos existe o Arashi?
- Essa é fácil! 12 anos! Só não sei o que isso tem a ver... – baixando a cabeça, um pouco desanimado.
- Ótimo! Estamos juntos há 12 anos. Nesse tempo todo, foi só festa?
- Como assim?
- Tudo estava bom o tempo todo? Sem brigas nem discussões? Tudo um mar de rosas?
- Claro que não, baka. Isso é simplesmente impossível numa relação
interpessoal! Mas eu ainda não entendo aonde você quer chegar. – Nino
coçou a cabeça, sem conseguir acompanhar o raciocínio do outro.
- Calma que você já vai entender. Mesmo havendo brigas e desentendimento durante todos esses anos, ainda estamos juntos, não é?
- Hai! Mas é porque os momentos de felicidade são muito maiores e
mais importantes que as brigas e nós temos um compromisso com o
Johnny-san e com os fãs, que são o sexto membro do Arashi. Além do mais,
nós somos amigos.
- Sim, amigos. Temos uma ligação forte. Um laço que nunca vai se
desatar. Agora, mocinho... – e Ohno deu um soquinho de leve no ombro do
amigo, sorrindo – o que está dando errado para você e a Yuki-chan?
- Ano... – o mais novo coçou a cabeça, ainda confuso com a variedade de assunto que o outro abordava.
- O que há de errado, Ninomiya?
Ele enrolou alguns minutos para responder. Por fim disse:
- É que ela já não é mais a Yuki-chan que eu conheci!
- Por que não?
- Porque agora ela até comprou um vestido, Oh-chan!
- O vestido que ela foi na festa semana passada?
- Hai!
- Demo... eu achei ela muito bonita com aquele vestido amarelo-bebê,
você não achou? E com aquele penteado então! Você não gostou?
- Claro que eu gostei!
- Então!
- Demo... antes ela fazia tudo que eu queria... antes ela me deixava jogar meus
games a hora que eu quisesse!
- Por acaso, ela te proibiu de jogar?
- Não – Nino uniu as mãos e olhou para elas, encabulado.
- Então! Aposto que ela só quer que você dê mais atenção a ela e não fique jogando o tempo todo.
- Demo... agora ela implica com um monte de coisas! Diz que minha casa fica sempre bagunçada e que eu não consigo viver sozinho.
- Nino-chan... – Ohno olhou para ele com olhar condescendente – olhe
em volta. Faz só dois dias que a Yuki-chan não aparece por aqui e veja
só a bagunça que está isso aqui.
- Demo...
- Chega! Olha, Nino... seus argumentos estão fracos. Não conseguiu me convencer com nenhum deles. Mais parecem desculpas...
- Demo...
- Eu disse chega! Você concordou que o Arashi está junto há 12 anos, né?
- Hai! – Nino deu um sorriso maroto – Todo mundo sabe disso, Oh-chan.
- E alguma vez, alguém já usou alguma roupa que você não gostou?
Alguma vez alguém se vestiu de uma forma que você não se vestiria nesses
12 anos?
- Hai! O Jun-pon vive usando aquelas roupas extravagantes e pouco discretas...
- Viu? E você “terminou” com ele por causa disso?
- Não. Na verdade, acho que ele fica até bem com algumas das roupas dele. Roupas que só ficam bem nele mesmo.
- Então! Uhm... deixe-me ver... algum de nós alguma vez já chamou sua
atenção porque você fica muito tempo jogando e por vezes não dá atenção
pra mais nada?
- Hai! Lembro aquela vez que o Sho-chan desligou o PS3 da tomada pra eu prestar atenção ao que ele dizia, hahaha.
- Viu só? E você “terminou” com ele por causa disso?
- Não.
- Então! Quantos anos mesmo? 12, né? – e ele deu uma piscadinha para o
amigo – Agora me diz, você ia conseguir viver sozinho, Nino-chan?
- Não.
- Ia conseguir manter isso aqui – fazendo um gesto com as mãos, abrangendo todo a apartamento – em ordem sozinho?
- Não, Oh-chan.
- Olhando para essa sala, com seus mangás espalhados no tapete, os
games fora da estante... você consegue dizer que é uma pessoa totalmente organizada?
Dessa vez, Nino somente balançou a cabeça em negativa.
- E, ninguém, nenhum de nós quatro, um dia chegou e reclamou da sua bagunça?
- Hai! Teve aquele dia que o Aiba-chan...
-
Todos nós sabemos que você não é muito organizado porque tem preguiça de fazer as coisas, prefere ter alguém com você.
- Na verdade, eu prefiro mesmo.
- Então, Nino! Estamos há 12 anos juntos... e com certeza você já
conheceu alguém... um outro Johnny, talvez?... que “combina” mais com
você do que nós. Que nunca usou roupas inadequadas, que nunca reclamou
da sua bagunça e que deixa você jogar sempre que quer, mas mesmo assim
você nunca nos deixou, não é?
- Não.
- E já temos 12 anos.
- Hai!
- Nino... agora põe na balança... quanto tempo você está com a Yuki-chan?
- Dois anos.
- E o que importa mais? Esses dois anos de amor ou um mero vestido
que ela comprou pra ir a uma festa? Esses dois anos ou algumas vezes que
ela pediu que você desse mais atenção a ela que ao jogo? Esses dois
anos ou...
- Acho que estou entendendo, Oh-chan – Nino interrompeu, passando a mão pelos cabelos e suspirando.
- Está sim. Eu sei que está. Já volto. Vou preparar algo pra gente beber.
Ohno foi até a cozinha preparar um chá. Ao menos os saquinhos do Chá
Preto aquele pão duro tinha em casa! Pensando nisso, ele riu sozinho.
Quando voltou para a sala, depois de uns 10 minutos, Ninomiya
esperava com a mão esticada, pronto pra receber o seu. Ohno entregou a
ele e, soprando de leve, bebericou do seu copo e se sentou novamente no
sofá. Deixou o chá sobre a mesinha de centro, recostou-se, cruzou as
mãos sobre o peito e disse:
- E aí, Nino-chan, chegou a alguma conclusão?
- Ainda não.
- Eu vou explicar de novo. O Arashi é muito importante para você, né?
- Hai!
- Por isso, mesmo quando houve brigas, mesmo quando não nos entendemos muito bem, você não desistiu de nós, certo?
- Hai!
- Lembra-se daqueles primeiros anos? Principalmente o primeiro e o segundo. Nós ainda não nos conhecíamos tão bem, né?
- Hai! Bem, eu, o Jun-pon e o Aiba-chan já estávamos juntos há algum tempo, né?
Ohno concordou com a cabeça e prosseguiu:
- Mesmo a gente não se conhecendo direito, mesmo ainda não sendo tão
amigos, mesmo com muitas diferenças, ainda assim nós continuamos juntos!
- Claro, né? Ainda bem que não desistimos, nenhum de nós.
- Esse é o espítito, Ninomiya Kazunari! – o mais velho sorriu e pegou
novamente seu copo, bebericou e colocou novamente sobre o móvel; o copo
de Nino já estava vazio e ele o deixou sobre a mesa.
- Com o tempo, você foi nos conhecendo e nós fomos te conhecendo.
Hoje, somos inseparáveis! Agora pensa: o Arashi é um grupo, nós somos
cantores, atores, dançarinos, temos até um repórter! Mais que isso: nós
somos amigos mesmo!
Nino olhava para o Riida. Agora já entendia seu raciocínio, mais
ainda não concordava completamente com ele, não estava totalmente
convencido. Em seu coração, sabia que Yuki era a pessoa certa. Sabia que
a amava. Sabia que o que sentira pelo Ruri-chan fora somente atração.
No momento em que encontrou Ruri, ele estava pré-disposto a dar um
fim ao namoro. Yukiko fora viajar brigada com ele e magoada. Nino sabia
que era sua culpa. Ela fora no apartamento dele e preparou um belo
jantar romântico na noite anterior à sua ida, mas tudo que ele fez fora
jogar
video-game enquanto ela buscava chamar sua atenção. Depois
de três horas, ela desistira de competir com um jogo e foi embora, sem
sequer dar tchau. Até aquele instante, realmente não achara que tivesse
culpa no cartório, nem que estava errado ao encontrar, “por acaso” (no
fundo ele sabia que estivera procurando), uma pessoa que fosse mais
compatível e mais igual a ele.
Mas agora começava a reconsiderar sua opinião já formada. Fez um gesto com a mão para que Ohno prosseguisse.
- Bom, Nino, o que quero dizer é que você está prestes a desistir da
mulher que ama só porque algumas coisinhas não saíram como você queria.
Contei essa história toda sobre nós apenas para ilustrar o que está
acontecendo. Você compreende?
- Hai! Agora sim.
- Veja bem. Vocês estão somente nos primeiros anos. Ainda estão se
conhecendo. E nós somos amigos, cara. Mas ela... ela é o amor da sua
vida! Lembra o que o encantou nela logo no início?
- A meiguice e a sinceridade. Toda a luz que irradia dela.
- Agora me diz: essa luz, você viu nessa Ruri?
Ele somente negou com a cabeça.
- Lembre-se, cara. O que o fez se apaixonar, Nino? Como você
descobriu que amava a Yuki-chan? Eu me lembro muito bem e tenho certeza
que os outros também. Você não parava de falar dela um minuto sequer
quando vocês começaram a namorar. Seus olhos brilhavam! E os dela
também. Só de olhar, a gente via que ela estava feliz e que tinha
encontrado o homem da vida dela.
Ninomiya, neste momento, ao buscar as memórias de tudo o que Yuki
significou para ele desde o princípio e tudo que ainda significava,
sentiu seus olhos umedecerem. Pegou seu celular no bolso de trás da
calça, foi até a agenda e apagou todos os contatos de Ruri que coletara
naquela tarde. Depois, fechou e guardou novamente o celular, olhou para o
Riida e sorriu.
- Sabe, Oh-chan, você tem razão. Nós nunca desistimos uns dos outros
esse tempo todo, mesmo não se gostando em todo o tempo e tendo nossas
brigas de vez em quando. E eu... eu... – sua voz começou a embargar e
ele foi baixando o tom até quase um sussurro – eu não sei onde estava
com a cabeça. É a Yukiko que eu amo! A Ruri... somente apareceu em minha
vida, para ficar um dia e não mais voltar. Ela surgiu para eu poder me
lembrar... quem eu amo de verdade!
- Viu, Nino-chan? Você entendeu. Fico feliz! Demo...
Ohno franziu o cenho e o olhou com o semblante sério:
- O que a Ruri veio fazer no seu apartamento? Por acaso vocês...?
- Não, não, Oh-chan! – Nino começou a abanar as mãos desesperadamente
em negativa, as lágrimas prontas para cair – Não mesmo! Ela veio aqui e
a gente só conversou, jogou e leu mangá. Eu não trairia a Yuki-chan,
nunca! – a primeira lágrima caiu.
- Ah bom! Ainda bem? Nem um selinho, né?
- Não. – secando a bochecha com a palma.
- Assim é melhor – olhando no relógio de pulso – Caramba! Já esse
horário? Preciso voltar para casa, Nino – se levantando do sofá e indo
em direção à porta - Quero dormir bem, que amanhã começa tudo de novo.
Adeus, folga!
- É mesmo! Jya ne, Oh-chan! E... arigatou... foi muito boa a conversa.
- Mata ashita!
- Ah! – Nino segurou o braço do Riida quando este saía – Eu...
realmente achei que a Yuki-chan ficou deslumbrante naquele vestido!
- Eu não disse? Hahahaha! Jya Nino. Oyasumi.
- Oyasumi, Oh-chan.
Nino fechou a porta do apartamento. Todas as fantasias que passaram a
tarde toda e parte da noite criando raízes em sua mente se desfizeram
como em um passe de uma de suas mágicas. Ruri-chan parecia tão distante
agora!
Como ele pudera ser tão baka? Só existia uma mulher para ele. Essa mulher era a Yuki-chan!
De repente, sem mais nem menos, seu cérebro deu um estalo! Ela já não
o elogiava há dias nem dizia que o amava, mas ele já perdera a conta de
quando foi o último dia que dissera algo assim a ela. Por mais que
tenha achado que ela estivera linda na festa semana passada, não disse a
ela, mas ao invés disso, brigou porque ela comprara o vestido.
Pegou o celular do bolso e mandou uma mensagem:
Você é a mulher mais linda que eu já vi! Volta logo, amor, estou com saudades. Aishiteru! Pra sempre vou te amar!
Alguns minutos depois, a resposta:
Eu estava sentindo falta de quando você me chamava de linda.
Fiquei muito feliz agora^-^ Volto amanhã, Kazu. Também estou morrendo de
saudades ♥ Eu também te amo e sempre amarei!
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