E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A Chave de um Coração - Capítulo 33



Durante toda a quinta-feira, nem a Débora viu o noivo nem Caroline viu seu... seu... o que Jun era mesmo dela? Ichiban, né? Ela não sabia mais, mas de uma coisa estava certa: ele deixara de ser somente um ídolo pop japonês e amigo de correspondência para se tornar seu... ela ainda não sabia a palavra certa, mas agora ele era muito mais que isso.
 Caroline ouvira toda a história de Débora sobre a proibição do tio Johnny de que ela e Nino se casassem no Brasil. Claro, depois de explicar direitinho o que acontecera entre ela e Jun e Débora finalmente se conformar que não rolara nada além de alguns beijos.
 Depois de ambas as histórias devidamente contadas, Débora ligou para a companhia aérea. Não foi possível tranferir o vôo para o nome de Carol e ainda mudar seu itinerário de Tóquio/Frankfurt/Guarulhos para Guarulhos/Frankfurt/Tóquio. Então, o que ela pôde fazer foi simplesmente passar a passagem de seu nome para o nome de Caroline, depois de muita insistência e alguma chantagem do tipo “Eu nunca mais compro passagens com vocês se não me ajudarem dessa vez”, já que esse não era um procedimento usual na empresa. Deixou a data da viagem em aberto, pois sequer tinham marcado ainda a data do casamento.
Ouvindo o que a amiga contava da noite anterior, Carol sentiu alguma ansiedade, pois ela sabia que não tinha condições financeiras de fazer outra viagem para Tóquio em tão pouco tempo. Então, quando Dé garantiu com a companhia aérea que uma das passagens Carol já tinha e não precisaria se preocupar com ela, sentiu-se mais tranquila.
Fora esse tipo de preocupação, Carol sentiu-se feliz pela amiga. Mesmo sabendo que não a veria mais todos os dias, não conseguia se sentir mal por isso, pois sua própria felicidade pela paixão recém-descoberta, e aceita, transformava tudo em beleza. E quando Débora disse: “Daqui a alguns meses você virá novamente ao Japão e será minha madrinha”, ela não pôde conter a emoção e deu um abraço impetuoso na amiga.
- Hontou? Ahhh, to tão feliz!
- Mesmo?
- Claro! – Carol ainda abraçava a amiga. – Arigatou, Dé!
As duas almoçaram sozinhas, no restaurante perto do hotel onde Caroline fora comer na segunda e acabou encontrando o Sakurai Sho. À tarde, elas fizeram novamente um pequeno tour pela metrópole e foram até o pé da Torre de Tóquio, explorando as lojinhas da proximidade e visitando a FootTown, mas não chegaram a subir, não dessa vez, pois ambas pensaram em fazer da subida um passeio mais romântico com Nino e Jun antes de Carol ir embora no fim da tarde de sábado.
Pensar nisso, na iminência da separação, fez o coração de Caroline doer e ela sentiu alguma tristeza, mas logo Débora percebeu e bagunçou seu cabelo, falando descontraídamente:
- Carol, você quem sempre me disse que o amor pode tudo, né? Então, abra novamente o sorriso e lembre-se: o Matsujun não vai te deixar, mesmo com alguns quilômetros e um oceano separando vocês. Não acredita nele?
- Eu sempre acreditei.
- Etto ne, abra já um sorriso! Tenho certeza que ele te prefere assim.
Quando estavam voltando para o hotel, novamente carregadas com algumas sacolas de compras, o celular de Caroline tocou.
- Hai?
- Ano... Karoru-chan? Matsumoto Jun desu.
O coração dela dera pequenos pulinhos ao ler o nome dele no visor do aparelho antes de atender, mas quando ouviu a voz dele, sentiu que ele ia saltar pela boca de tão descompassado. Seu sorriso foi instantâneo, de orelha a orelha, e Débora nem precisou perguntar quem era pra saber.
 Carol respirou fundo, conteve a empolgação e respondeu:
 - Hai, Caroline desu.
 - Estive muito ocupado hoje o dia todo, mas posso passar no hotel mais à noite?
 - Claro! Estarei te esperando – a expectativa de vê-lo fez a empolgação contida transparecer na voz.
 Jun notou e riu. Ele também se sentia eufórico. Não ficara assim em nenhum de seus namoros e ficadas, nem por Yui sentia essa excitação só de ouvir sua voz pelo telefone. Ao mesmo tempo, percebeu na voz dela a mesma timidez contida que ele próprio carregava.
 - Uhm, está combinado então! Mata ne.
 - Jya.
 Ambos desligaram ao mesmo tempo. Débora sorria indiscretamente, enquanto os olhinhos de Caroline brilhavam ao guardar o celular na bolsa.
 - Seu namorado, Caroline?
 - Para, Dé! – Carol deu um leve empurrãozinho na amiga – Ele não é meu namorado.
 - Ta – fazendo sinal de aspas no ar com as mãos – “Estarei te esperando”. Por acaso, o Matsujun vai nos visitar hoje? Você devia ter dito “estaremos te esperando” – fazendo novamente sinal de aspas.
 - Bobinha, hahaha! – Carol deu outro empurrãozinho em Débora, que também riu.

***

O homem passou os braços ao redor dos ombros de Yui, abraçando-a por trás, e perguntou, sussurrando em seu ouvido:
- Menina, é amanhã que vamos voltar a Tóquio?
- Você também vai?
- Hai, hai. Não vou te deixar sozinha para enfrentar a fera.
Ela se virou para ele e correspondeu ao abraço, encostando o rosto em seu peito. Ryu era mais alto que Jun, tinha quase 1,90m, portanto bem mais alto que ela, que tinha 1,73m e era considerada uma mulher alta. Aconchegar-se no peito dele, várias vezes chorando, por todos esses dias que estivera em Chiba, fora o que mais fizera. Todas as vezes ele a consolou, sempre com palavras sábias para confortá-la e enconrojá-la. Era assim desde que ela era criança, mas quando começou a estudar e não ia mais para lá com seus pais, eles pararam de se ver.
- Ah, Ryuchi! O Matsumoto não é uma fera, hahaha – ela riu.
- Mas pelo que ele te fez, eu não posso perdoá-lo.
- Calma, Ryu! – se afastando e olhando para cima, encarando-o com um sorriso nos lábios.
- Desde que você chegou, só chora por causa dele. Ele te trocou, não foi?
- Eu também já não sei mais o que sinto. Não quero mais ser namorada dele. Demo... por que você vai para Tóquio?
- Para te proteger, óbvio!
- Ryu, eu sei me cuidar. Além do mais, ele não vai me bater, né? Hahaha. – Soltou-se do abraço e começou a andar pela areia, deixando que as ondas lhe molhassem os pés. Puxou o amigo pela mão e ele a seguiu.
Já era fim do dia e o sol já se punha. As tardes de Uemura Yui eram sempre preenchidas com a presença de Rirasawa Ryuchi, seu amigo de infância e filho dos donos da pensão onde estava hospedada. Ele era solteiro, mas não morava mais com os pais desde que completara 21 anos de idade. Ela sabia por que ele não se casara: seu coração já era ocupado.
Yui sabia do amor dele por ela desde a adolescência, mas ele nunca se opusera quando ela arranjava um novo namorado, sempre foi seu melhor amigo e confidente e sempre a apoiara, até mesmo quando ficou sabendo que ela namorava o famoso cantor Matsumoto Jun.
Os dois haviam perdido o contato, apesar de às vezes ainda se falarem por telefone ou via internet, quando Yui deixou de acompanhar os pais nas longas férias de verão que passavam no litoral. Ela, mesmo tendo-o em alta conta e considerando demais, não conseguiu continuar tão ligada a ele quanto gostaria, primeiro com os trabalhos da faculdade, os amigos e as festas ocupando todo o seu tempo livre e, depois dela, seu trabalho na revista, que logo a consumia por completo, sendo uma profissional em constante crescimento na carreira.
Quando começou a namorar o Jun, nem ao menos ligou para contar a novidade ao Ryu, e ele ficou sabendo pelos telejornais, mas não ficou bravo ou chateado por isso. Seu amor por ela era sincero e abnegado desde que ela deixara claro, alguns anos atrás, que os dois sempre seriam bons amigos, e nunca passaria disso.
Mas, mesmo não se vendo há tempos, quando se encontraram na segunda-feira daquela semana foi como se não tivessem ficado separados.
Ryu ouviu todas as lamúrias de Yui sobre o namoro que ia de mal a pior desde que a gaijin chegara para atrapalhar o que estava certo. Se não fosse aquelazinha, Matsumoto e ela ainda poderiam ser felizes juntos! Ele a ouviu, aconselhou, opinou e, por vezes, somente a abraçou e abafou seu choro.
Depois de alguns minutos de silêncio andando na areia molhada, ele disse:
- Mesmo assim eu vou. Para ele ver que você não está sozinha.

***

Matsumoto Jun chegou ao hotel às 7h30 da noite e encontrou as duas no saguão, indo em direção ao restaurante. Débora o cumprimentou com seu usual beijinho o rosto, que ele retribuiu, e beijou a face de Caroline também, sussurrando em seu ouvido para ninguém ouvir: “Senti saudades”.
Pensou em chamar Carol para jantar, mas já que Nino ficara preso ainda no estúdio, gravando um novo comercial da Nintendo, ele desistiu, pois sabia que Débora ficaria sozinha. Então, resolveu pagar uma refeição e acompanha-las ao jantar no restaurante do hotel.
Durante o jantar, Débora contou aos dois, que sentaram lado a lado e ocasionalmente tocavam-se por debaixo da mesa, como fora a conversa que tivera com os pais assim que ela e Carol chegaram no hotel. Lá no Brasil era cedo, ela sabia, mas seus pais acordavam às 6h para se arrumar para o trabalho, então não havia problema.
- Mas você não vai atrapalhar ligando a essa hora? – Carol perguntou, enquanto Débora discava. – Eles vão acabar se atrasando.
- Não. Na verdade, os dois entram no trabalho só 8h30, mas acordam cedo assim pra dar tempo de fazer o café-da-manhã e ver o jornal matinal na TV.
- Ah!
Jun pensou que tivera razão quando se opusera àquela loucura de casamento no Brasil, mas não comentou nada.
Débora relatou a Jun e Caroline o que conversara com a mãe por mais de meia hora enquanto o pai via as notícias. A mãe dela garantiu que falaria direitinho com ele e, se fosse o caso dele querer falar com Débora, ligava à noite.
- Minha mãe não concordou muito no início, mas quando eu expliquei direitinho a situação, ela parece que entendeu – Dé pousou os talheres ao lado do prato e bebeu um gole do suco de uva.
- Você fez chantagem com a dona Lúcia, coitada! – Caroline encarou a amiga com um olhar sério – Isso não se faz Dé!
- Não foi chantagem nenhuma. Eu só disse a verdade: que vou me casar de qualquer jeito, mas quero muito que eles estejam aqui.
- Você disse isso para sua mãe? – Jun estranhou.
- Hai. Mas quando ela me respondeu com a voz meio trêmula que eu sou a única filha deles e é claro que eles moverão céus e terra para me ver casar, eu me senti culpada.
- “Mãe, me desculpe, você sabe que eu amo você e o pai né? Quero muito que vocês venham ao meu casamento”. – Caroline repetiu as palavras da outra.
- Isso mesmo. Ela entendeu quando eu expliquei que... errr... o Kitagawa-san não quer um casamento no exterior. Ela meio que se tornou fã de vocês também esse tempo todo, Jun. Sempre acompanhou todas as notícias comigo e com a Carol. Sabe que o Johnny Kitagawa não é muito... liberal. – Débora olhou para Jun e deu um sorrisinho.
- Etto ne
- Meus pais, especialmente a okaa-san, gostaram de saber que vou me casar com o Nino. Quando estava terminando a conversa, ela estava até empolgada com o fato de que vai conhecer o Japão! Por falar nisso... pelo que o Kazu-chan me disse, é o tio Johnny... – olhou para Jun novamente - Com todo o respeito, Matsujun – e ele fez um gesto de pouco caso com a mão e sussurrou “Iie” - ... quem vai pagar as passagens para meus pais virem.
- Mas só vêm os dois? E O Fábio, a Má...?
- Eu cheguei a comentar sobre isso com o Kazu ontem, mas seria meio abusivo de minha parte se eu pedisse passagens para todo mundo, né Carol?
- Concordo, mas você vai chamá-los, né?
- Claro! Embora o Kazu tenha ficado com um pouquinho de ciúmes do Fábio.
- Quem é Fábio? – Jun quis saber.
- Um amigo nosso. Ele estudou com a Dé na faculdade e ainda é apaixonado por ela até hoje.
- Mas eu já cansei de dizer pra ele que somos só amigos e nunca vai passar disso.
Os três terminaram de comer e subiram para o sexto andar pouco antes das 9h. Chegando em frente ao quarto 397, Jun fez menção de ir embora, mas impulsivamente Caroline puxou sua mão e pediu:
- Fique, onegai. Eu vou embora depois de amanhã.
Percebendo o que fizera, ficou vermelha de vergonha e baixou os olhos. Jun sorriu e comentou:
- A Débora-san não sabe de nós, Karoru-chan? Então, não tem porque esconder – levantando carinhosamente sua face e beijando-lhe os lábios. – Você não pode ir domingo? Liga no aeroporto.
- Eu tenho prova na faculdade.
- Ah! – Jun ficou meio triste, mas forçou um sorriso. Débora, percebendo a tristeza dele, falou, animada:
- Ui! É claro que sei! Eu sempre sei de tudo, né Carol? – ela riu e deu um tapinha no ombro da amiga, que escondera o rosto no peito de Jun, cheia de timidez – Anda, para com isso! Hahahaha!
Caroline então olhou para a amiga e sorriu. Deixando a timidez de lado, beijou Jun mais uma vez. Desde que ele chegara no hotel, ela quis beijá-lo, mas não queria parecer ousada demais, nem atravessar qualquer barreira invisível que pudesse irritá-lo, mas Jun também queria muito beijá-la e, quando ela se apoximou, ele a abraçou com firmeza e a ergueu alguns centímetros do chão. Depois, quando a soltou, Carol se desvencilhou dele e pegou o cartão na bolsa para abrir a porta.
A primeira coisa que ela fez ao entrar no quarto foi pegar a sacola de papel onde estavam as peças de roupa de Yui, que Carol pediu para serem lavadas e secas e estavam devidamente dobradas, para Jun.
Os três ficaram conversando sobre assuntos não muito sérios, mas o sono foi logo chegando e tomando conta deles, que não haviam dormido muito naquela noite. Então, Jun disse que ia embora. Levantou-se, beijou Carol novamente, sussurrou que a amava e, com a sacola na mão com as roupas, depois de dar um beijo na bochecha de Débora, saiu. As duas ficaram espiando até que ele entrasse no elevador.

***

Fazia mais de uma hora que Jun fora embora e Carol já dormia profundamente. Débora e ela ficaram assistindo a um filme que parecia interessante, mas o sono foi mais forte.
Como Kazunari mandara um sms no meio da tarde dizendo que ligaria, Débora manteve-se acordada esperando e, perto das 11h da noite, seu celular tocou. Ela atendeu e se deitou na cama, encarando o teto.
- Moshi-moshi.
- Amor, ore wa desu. Gomen ne, por ligar só agora, mas é que acabei de chegar em casa.
- Daijoubu. Senti sua falta hoje.
- E eu a sua. Falou com seus pais?
- Falei com minha mãe. Meu pai, eu acho que vai ligar amanhã de manhã.
- O que ela disse?
- Demorou um pouquinho para ela entender, mas no fim, até ficou empolgada com a viagem!
- Isso é bom!
- É né! Ano... – Débora ficou em dúvida se tocaria nesse assunto, mas achou melhor falar, depois de aguns segundos de silêncio. – E seu pai? Kazu, acho melhor você conversar com ele.
Ela o ouviu suspirando fundo do outro lado da linha.
- Não quero, Deb.
- Onegaishimasu! Faz um esforcinho. Não sei o que aconteceu com vocês, mas é nosso casamento Kazu!
- E daí? Não me importa!
- A mim importa.
- Deb, por que você falou nisso agora?
- Porque estive pensando nisso desde ontem à noite. Faz isso? Por mim.
- Ok. Você venceu. O que você não me pede chorando que eu não faço sorrindo? – e sussurrou para si mesmo “Essa não foi boa, Nino! Ela pediu para se casar no Brasil e você não pôde fazer, lembra?”.
- Nani?
- Eu disse que acabei de falar uma mentira, porque você me pediu para casarmos no Brasil, mas eu não pude fazer isso.
- Esquece isso, Kazu! Arigatou por aceitar falar com seu pai!
- Mas ele é turrão, desde que me entendo por gente. Não vai ser fácil e provavelmente ele não vá mudar de idéia.
- Fala pra ele que não vamos casar no Brasil.
- Mesmo assim...
- Se ele não mudar, pelo menos você tentou.
- É. Uhm, tá bom, farei isso ainda nesse fim de semana, acho.
- Que bom!
- Deb…
- Oi, Kazu.
- Aishiteiru yo.
Débora sorriu e balançou a cabeça afirmativamente, sem se dar conta de que ninguém podia vê-la.
- Atashi mo. Aishiteiru yo. Oyasumi, Kazu. Mata ashita!
- Oyasumi. Mata.

***
   
Yui dirigia e Ryuchi estava ao seu lado no banco do passageiro. Eram 10h e eles já viajavam há mais de duas horas, logo estariam em Tóquio. Ela planejava passar em seu apartamento para deixar Ryu e somente depois que saísse da revista, no fim do dia, ligaria para Matsumoto avisando que estava de volta e o chamaria até a casa dela para conversarem, quando ele estivesse livre. Pelo que ela se lembrava, as duas turistas iriam embora no dia seguinte, e esperava que tudo estivesse resolvido até lá.
Estavam escutando rádio no carro. Quando Arashi começou a tocar, ela esticou a mão e desligou o aparelho.
 - Não quero escutá-lo agora.
 - Eu entendo, Yui-chan. Nunca gostei muito deles também – Ryu sorriu para ela.
 Quando chegaram ao prédio, às 10h30, entraram pelo portão de pedestres, já que Yui deixou o veículo estacionado do lado de fora, pois ela queria sair logo. Combinara com o chefe que estaria no jornal até 11h30, mas se chegasse antes, poderia já ir adiantando o serviço acumulado nesses dias que estivera fora.
O que nem ela nem Ryu imaginavam é que encontrariam Matsumoto Jun fechando a porta de seu apartamento no momento em que eles chegaram.
Por um breve instante, Jun e Yui se olharam surpresos. Nenhum deles esperava encontrar o outro assim, sem qualquer aviso. Depois, lentamente, os olhos de Jun se voltaram para o cara alto ao lado de sua... sua... namorada. Os dois estavam próximos e ele viu que o grandão pegou a mão de Yui.
- Quem é... você? – Jun perguntou, olhando diretamente nos olhos de Ryuchi.

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