E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

sábado, 13 de outubro de 2012

A Chave de um Coração - Capítulo 35


Matsumoto Jun não soube o que dizer quando a voz de Caroline se encheu de desânimo ao ligar para ela e desmarcar o jantar. Vira as mensagens que ela mandara aquela tarde, mas tudo o que fizera foi tentar responder uma ou duas vezes, mas não conseguiu dizer nada que valesse à pena. E, ao desligar o celular, sentado sozinho no camarim, abaixou a cabeça entre as pernas, envolvendo-a com os braços, como quem faz uma concha, e deu um longo suspiro.
Foi nesse estado que Ohno o encontrou ao entrar na sala.
- Matsujun, o que aconteceu agora?
- Ahhhh! – ele ergueu a cabeça, dando um grito – Droga, droga, DROGA!
- Calma. Doushita no? – o Riida se sentou ao lado do mais novo no sofá.
- Eu... acabei de cancelar o jantar de hoje!
- Com a Karorine-san?
- Sim.
- Nande?
- A Yui quer conversar.
Jun não teve tempo para conversar novamente com seus amigos sobre a volta inesperada de Yui. Eles estiveram muito ocupados durante todo o dia e, mesmo durante o almoço que tiveram juntos num pequeno restaurante ali perto, ficaram falando sobre trabalho e ele não pôde desabafar. Contudo, era evidente que algo atormentava o membro mais jovem do Arashi, isso todos podiam notar.
Durante todo o dia, Jun ficou sem entender a si próprio. Ele não sabia o que estava acontecendo, nem tampouco entendia por que não conseguia tirar da cabeça a imagem de Yui e Ryuchi de mãos dadas na sua frente no corredor do prédio onde morava. Aquilo era mesmo só orgulho, como Ohno sabiamente especulara, né? Nada a ver com ciúmes.
- É, meu amigo – Ohno pousou a mão em seu ombro – Você já sabe o que dizer a ela?
- Não, Oh-chan. Ela me pegou despreparado.
- Demo, você ama a Karorine-san, não é verdade?
- Hai.
- Então, mantenha esse pensamento firme em sua mente e coração e na hora certa você saberá o que dizer. E – o mais velho reclinou-se no sofá, colocando ambas as mãos entrelaçadas atrás da cabeça – depois de falar com Yui, meu caro, trate de conversar com a burajirujin também. Pelo que você me contou, e pelo que vejo nos olhos dela, aquela garota realmente gosta de você.
- Eu sei.
- Além do mais, uma chance dessas, Matsujun, um amor desses, não bate duas vezes na nossa porta. Ela veio lá do Burajiru para encontrar você aqui no Nihon. Durante todo esse tempo que vocês trocaram cartas, você sequer desconfiou que isso podia acontecer? Que vocês podiam se apaixonar um pelo outro?
- Ah, Riida – Jun também se recostou no sofá, com as mãos na nuca, como o outro – No fundo, eu acho que eu meio que desconfiava que isso podia acontecer. Demo...
- Nani?
- Demo... por que agora, quando eu finalmente me acertei com a mulher que eu realmente amo (a Karoru-chan é quem eu realmente amo), a Yui voltou?
- Aiaiai, Matsujun – encarando-o, com um meio sorriso nos lábios – isso te balançou um pouquinho, né?
- Infelizmente, eu tenho que confessar...
Nessa instante, um staff apareceu na porta, que estava entreaberta, e deu um leve toque.
- Shitsurei shimasu, Matsumoto-kun, Ohno-kun. – curvando-se - Os outros já estão reunidos, à espera dos senhores.
- Hai! – responderam os dois, ficando em pé no mesmo instante. – Estamos indo.
O moço se afastou, deixando-os novamente a sós. Ohno se encaminhou para a porta e Jun o seguiu, mas antes de sair para o corredor, ele virou-se.
- Matsujun, seja sábio, certo? Não pense só com a cabeça, nem só com o coração, mas tente encontrar o equilíbrio. E lembre-se: o Arashi estará sempre ao seu lado. Seja qual for sua decisão, iremos te apoiar. O Sho-chan já disse isso uma vez e eu repito.
- Arigatou, Riida.

***

Ryuchi sabia que Yui não ia se apaixonar por ele tão facilmente, mas seu amor era tão sólido e puro que, para ele, vê-la feliz bastava. E quem sabe um dia, num futuro por ele ainda desconhecido, ela, inesperadamente, correspondesse aos seus sentimentos? Se isso não acontecesse, ele queria ao menos poder ver seu sorriso e amá-la como um amigo, ou ao menos um irmão.
Contudo, ele bem notara nesses poucos dias que ela passara em Chiba, que sua melhor amiga não estava nenhum pouco feliz, e o culpado era aquele tal de Matsumoto Jun. Ele não era vingativo nem tinha gana assassina, mas simplesmente queria poder livrá-la do sofrimento de ter que continuar sendo namoada dele.
Pelo jeito, Jun a trocara por uma gaijin e Ryu não conseguia entender isso. Como alguém em sã consciência podia trocar Uemura Yui? Nem a mulher mais bela de todo o Japão chegava aos pés dela.
Eram quase 7h da noite já, e ele passara o dia sozinho no apartamento. Yui sugerira que ele fosse dar uma volta na cidade ou algo assim, mas ele somente quis ficar ali. Assistiu a dois filmes à tarde e ouviu alguma música enquanto navegava pela internet. E agora, esperava somente que sua anfitriã chegasse.

***
  
- A solução é nós descermos pra comer. – disse Débora, ao sair do banheiro; acabara de tomar banho. – Não acredito que você ainda está aí!
Caroline, desde que recebera o telefonema de Jun, há mais de uma hora, permanecia deitada na cama, em posição fetal, agarrada às pernas, sem derrubar uma lágrima, sem pronunciar uma palavra. Depois que Débora a consolara por alguns minutos e ela relatou o que Jun falara – na verdade, ele quase não dissera nada – com as palavras sendo banhadas por algum choro, ela deitara estática na cama, naquela posição, e desse jeito se encontrava até então.
- Qual é, Carol! – Débora se aproximou dela e a chacoalhou pelo ombro. – Vamos? Não adianta você ficar assim. Você sabia que mais dia menos dia a Yui ia voltar.
Finalmente, em todo aquele tempo, Caroline teve alguma reação. Sentou-se na cama e, com um sorriso na cara como se nada tivesse acontecido, ela disse:
- Sim, vamos descer para jantar!

***

Ninomiya Kazunari sabia dos problemas do amigo. Viu como ele estava com o semblante tenso quando deixou a JE, antes de qualquer um deles, e simplesmente sussurrou um “Mata ashita minna” enquanto saía. Entretanto, os problemas de Jun não conseguiam fixar-se muito tempo em sua mente.
Entrou no carro, sentou-se atrás do volante e discou o número do celular de sua noiva.
- Moshi-moshi. – ela atendeu, falando de uma forma engraçada, como se tivesse algo na boca. - Só um minutinho – calando.
Nino aguardou apenas alguns segundos e ela voltou a falar.
- Oi, Kazu!
- Oi Deb. Genki desu?
- Hai! Gomen, eu estava de boca cheia. Eu e a Carol estamos comendo.
- Uhm, então vocês estão jantando já...
- Hai.
Ele se recostou no banco e bocejou.
- Eu pensei em te chamar para comer fora, já que a Karoru ia jantar com o Matsujun.
- Bom, não mais. Acho que... apareceram problemas e, bem, é melhor eu ficar com ela hoje. Ela vai embora amanhã, né. Pelo visto, você está com sono.
- Iie.
- Eu ouvi o bocejo.
- Estou cansado, é verdade, mas não quero dormir agora. Quer que eu vá aí? – olhando no relógio de pulso: mais de 7h30 da noite já.
- Tem certeza? Vai jantar você, e depois vá pra casa dormir.
- Não estou com fome. – Que mentira esfarrapada, pensou e sorriu – Eu como um miojo quando voltar para casa.
- Hahaha – ela riu – finjo que acredito que você não está com fome. Você sempre está com fome, formiguinha linda! Vem aqui então, e você come no restaurante do hotel.
- Eu vou então. Jya ne.
- Jya.
Nino desligou o celular, o soltou sobre o banco do passageiro e pegou sua carteira no bolso da calça. Abriu e espiou lá dentro, contando mentalmente as notas. Bom, pensou, eu tenho um pouco de dinheiro aqui, espero que não seja muito caro. Deb, Deb... to indo jantar no hotel, mas não vá se acostumando. Quando a gente casar, vamos comer miojo todo dia. Riu sozinho da própria piada e deu a partida, saindo do estacionamento já quase completamente vazio. 

***

Jun estava dentro de seu carro, na garagem do prédio. A vaga de Yui era ao lado da sua e o carro dela já estava lá. Fazia quase quinze minutos que estava ali parado, quieto, no escuro. Esperava que o Riida tivesse razão – ele sempre tinha, por essas e por outras era o Líder – e na hora certa ele soubesse realmente o que dizer.
Ele levou a mão ao bolso da calça, onde estivera guardada durante o dia todo, a chave do coração de Caroline, ainda sem a corrente. Fechou os olhos e deixou que a imagem dela invadisse sua mente. Yosh!, pensou, Eu amo a Karoru-chan e é com ela que eu quero ficar. Deixa o orgulho de lado e... lembre-se do que o Sho-chan disse antes, ela já praticamente terminara o namoro no bilhete, e você já decidira que o faria, quando se declarou para a Karoru-chan. Você não traiu a Yui!
Abriu a porta e saiu do carro.
No prédio, todos sabiam que ele era ele e, quando se mudou para lá, o síndico convocou uma reunião com os moradores para dizer que “uma celebridade vai morar aqui e é bom que todos saibam. Sem escândalos, por favor, senão eu serei obrigado a tomar medidas drásticas. E sem ataques de fãs ao Matsumoto-san, onegishimasu”.
Nos primeiros meses, ele ainda precisava usar disfarces para se aproximar da própria casa, pois principalmente as mulheres mais jovens do prédio não o deixavam em paz, mas bastou o tempo passar e antes de entrarem em 2010, já ninguém mais o incomodava e mesmo quando esbarravam com ele por acaso nos corredores, escadas ou elevador, somente sorriam e Jun, evidentemente, retribuía o sorriso. Às vezes, um ou outro pedia autógrafo ou vinha até ele munido de máquina fotográfica para tirar uma foto com o ídolo, mas todos eram sempre discretos e Jun os atendia com prazer.
Agora, mais de cinco anos qe morava ali, se dava razoavelmente bem com os vizinhos e sempre trocavam cortesias. O síndico, sempre que algum morador reservava o salão de festas para alguma comemoração, avisava-o e ele saía, por vezes passava a noite fora de casa, ou se trancava no apartamento, pois ninguém queria arrumar confusão por causa de visitantes.
Jun seguiu para o elevador que, em vez de subir direto para seu andar, fez uma parada no térreo e uma senhora que tinha, talvez, uns 60 anos, entrou. Curvando-se num cumprimento, disse:
- Konbanwa, Matsumoto-san.
- Konbanwa, Suzuki-san. – curvando-se também.
Aquela senhorinha, viúva, morava no mesmo andar que ele e era muito boa, tratando-o com respeito, carinhosamente. Morava no prédio antes dele e sempre que Jun precisava de algum auxílio, seja ele qual for, até mesmo quando faltava açúcar, ela estava disposta a ajudar e não pedia nada em troca.
- Uemura-san voltou, né?
- Hai.
- Ela ficou fora por alguns dias. – não foi uma pergunta – Vocês ainda estão namorando, Matsumoto-san? Ano... quer dizer... perdoe minha intromissão.
- Iie. É, ela voltou. Ainda estamos namorando, Suzuki-san, acho, mas não por muito tempo, espero.
- Não gosta mais dela?
- Não. Dessa vez acho que encontrei a mulher da minha vida.
- Uhm. Já que vai terminar o namoro, agora posso dizer, nunca gostei muito da Uemura-san. Acho que ela nunca foi a mulher certa para o senhor – a senhora sorriu.
- Ah é? Vou conversar com a Yui agora mesmo, então torça por mim.
- Hai! Gabbatte kudasai, Matsumoto-san.
- Ganbarimasu!
Nesse momento, o elevador chegou até o andar deles e cada um se encaminhou para seu apartamento.
Jun somente deixou a jaqueta na guarda do sofá e trancou novamenta e porta, indo até o apartamento de Yui e tocando a campainha. Ele estava um pouco nervoso, é claro, e fechou novamente a mão sobre a chave no bolso.
Ela demorou alguns minutos para abrir e ele estava ficando cada vez mais ansioso. Até que a porta se abriu e quem esperava por ele era Ryuchi, que fez sinal para que ele entrasse.
- Shitsurei shimasu! – avançando – Onde está Yui?
- Tomando banho. Ela já vem, Matsumoto.
Ele notou a ausência do pósfixo, mas ignorou o fato.
- Pois bem, Ryuchi... é esse seu nome?
- Rirasawa Ryuchi desu. Hajimemashite – curvando-se.
- Deixa disso, Ryuchi! – Jun sentou-se no sofá da sala – Vamos falar sério. Você gosta da Yui, né?
Ryu não esperava por essa. Definitivamente, não. Ele estava preparado para brigar com aquele cara que deixou sua Yui infeliz e ele chega com essa pergunta sem mais nem menos? Então, Matsumoto Jun era mesmo muito sagaz. Afinal, eles tinham se visto apenas um pouco pela manhã e ele já tirara conclusões?
- O que quer dizer com isso, Matsumoto? – sentando-se no outro sofá, em frente a Jun.
- Isso mesmo que eu disse. Você gosta da Yui, não é Ryuchi?
- Ano... bem, na verdade sim – por que você disse isso a ele, Ryuchi?, pensou – Mas ela nunca me correspondeu. – por que você está sendo tão sincero?
- Pode ficar com ela então – Jun deu de ombros – Eu não quero mais.
- Ei, não fale assim dela! Ela não é uma coisa! – Ryu ficou em pé, encarando o outro, que permaneceu sentado.
- Ryuchi, não quero brigar. É isso, cara, fica com ela. Sei que Yui não é uma coisa. Ela é uma mulher. Uma mulher muito linda, especial, que amei muito, mas já não amo mais.
- Ok. – Ryu se sentou novamente – É sério isso? Você está entregando-a de bandeja para mim? Mas olha aqui, Matsumoto, ela nunca me quis, tá legal!? Esses dias todos, ela só falou de você. Eu acho que ela ainda gosta de você, tá.
- Será? De qualquer forma, Ryuchi, não posso mais ficar com ela porque to gostando de outra.
- Uma gaijin? Yui me contou.
- Ela contou o quê? – agora foi Jun quem levantou – O que ela sabe?
Nesse momento, Uemura Yui saiu do banheiro já totalmente vestida, com os cabelos molhados caindo em cascata pelas costas. Caminhou até a sala e sentou-se ao lado de Ryu.
- Olá, Matsumoto. Demorou, já são 8h da noite. Achei que não vinha.
- Olá Yui. Eu disse que vinha, não disse? – sentando-se. – Eu não costumo mentir.
- Nossa, quanta agressividade! – Yui revirou os olhos – Ouvi vozes alteradas, vocês estavam discutindo?
- Não – foi Jun quem respondeu – Na verdade, Yui, eu tenho uma coisa pra falar com você.
- Ah, agora tem? De manhã, você não parecia querer falar comigo.
- De manhã, fiquei irritado porque você estava acompanhada – indicando Ryu com cabeça.
- Ah, Matsujun, não tem porque ficar irritado. – disse, com um tom de ironia na voz – Eu disse pra você que ele é só meu amigo. Não ficou com ciúmes, não é?
- Não.
Jun percebeu o momento durante a fala de Yui, quando ela disse “ele é só meu amigo” em que o fisionomia de Ryuchi se pintou de uma certa dose de tristeza. Não conseguiu não sentir alguma compaixão do homem. Já Yui pareceu não ter sequer notado.
- Orgulho, então? – ela tentou novamente, no mesmo tom irônico.
- Pode ser.
- A sua cara ter esse tipo de orgulho idiota. Pensou que eu poderia ter te traído, Matsujun?
- Para com isso Yui! – agora Jun estava com um tom meio bravo.
- Ui. Para o quê?
- Você sabe. – sua voz voltou ao normal – O que tenho a dizer é que... que... eu quero terminar, Yui.
- Você quer? Aposto que é por causa daquela infeliz! – cheia de amargura na voz, com um sorriso cruel nos lábios.
- Era sobre isso que falávamos, Yui, quando você saiu do banho – Ryu informou. – Ele disse...
- Eu não disse nada, seu INTROMETIDO! – Jun gritou – E, Yui, eu só quero terminar, tá legal? Se é por causa disso ou daquilo, não importa!
- Ah, Matsumoto, você não sabe nem mentir?! – o rosto dela já estava vermelho de cólera. – Eu já disse de manhã e repito: NÃO GRITE COM O RYU!!
- Grito com quem eu quiser!
- Ótimo! Você quer terminar o namoro, perfeito. Que ficar com uma gaijin, né? Ok, vai lá falar com o Kitagawa-san. Ele aprovou o nosso namoro!!! NOSSO! Não o seu namoro com uma fulaninha que não tem onde cair morta.
- Para com histeria, Uemura!
Ela ficou em pé e apontou o dedo em riste para si própria, encarando Jun muito de perto.
- EU SOU UMA JORNALISTA RECONHECIDA!!! E ELA, É O QUE?        
- Para já com isso, Yui! – Jun ficou em pé também.
- Yui, por favor! – pediu Ryu, segurando pelo braço. – Ele quer teminar, só isso. Se ele gosta mesmo de outra, ficar com ele só vai te fazer infeliz.
- Sai você também! – puxando o braço e se desvencilhando da mão do amigo – Pois bem, Matsumoto, você quer terminar? Pois saiba que essa burajirujin baka logo vai voltar pro Burajiru dela e você vai ficar sem ninguém. Você que sabe. Tudo bem por mim – dando de ombros – Acabou!
Uemura Yui saiu da sala marchando e atravesou o pequeno corredor como um flash. Em alguns segundos, os dois homens na sala ouviram a porta do quarto bater violentamente.
Jun sentou-se novamente.
- Agora é sua vez – ele disse para Ryu – Você tem que consolá-la. Não esperava que ela reagisse assim.
- Não vem querer me dar ordem – Ryu tinha os olhos vermelhos de raiva – Olha só como ela tá! Olha só o que VOCÊ fez!
- Eu não queria que fosse assim. Ela precisa de carinho, Ryuchi, e você é amigo dela, além de amá-la muito, como ela merece. Realmente a Yui é uma mulher sortuda por te ter por perto.
Com essa última frase, Jun saiu do apartamento.

***

O celular de Carol tocava One Love. Ela configurara esse toque no dia anterior, para quando Jun ligasse.
- Karoru, seu celular está tocando – Kazunari, que estava deitado no colo de Débora na cama desta, olhou para Caroline.
Estavam vendo um filme. Eram quase 9h30 da noite.
- Uhm, eu sei.
O aparelho continuava gritando em cima da masinha de cabeceira.
- Atende, Carol! – Débora insistiu.
- Não quero – ela pegou o aparelho e colocou no silencioso, escondendo embaixo do travasseiro.
- Você sabe quem é?
- Hai!
- Por acaso não é...
- Hai!
- E por que não vai atender?
- Não quero.
Nino olhou para as duas, sem entender.
- De quem vocês estão falando?
- Do Matsujun – Débora respondeu.
- Você não quer falar com ele, Karoru?
- Não.
Ficaram novamente em silêncio vendo o filme. De cinco e cinco minutos, Caroline sentia o celular vibrar sob o travesseiro.

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