Ali estava uma coisa que de forma alguma
Caroline esperava. A encomenda que achara que era de Débora na verdade era do
Matsujun. Seu coração batia descontroladamente. Sua mãe berrou da cozinha:
- Filha, quem era?
- O carteiro mãe! Era uma entrega pra
mim! – ela tentou de todas as formas demonstrar firmeza na voz.
- Uhm. Ok então!
- Vou subir, tá? – já no meio da escada
indo em direção ao quarto.
Chegando lá em cima, entrou, fechou a
porta e se sentou no tapete, bem no meio do cômodo, com as pernas cruzadas como
índio, e deixou a caixa em frente de si. Tirou de dentro dela o coração e
sentiu fluir dele o maravilhoso perfume de Jun. Não resistiu e braçou a
pelúcia, com as lágrimas enchendo seus olhos.
Depois de alguns minutos, tirou de
dentro da caixa o CD, mas ao abrir a capinha, verificou que na verdade se
tratava de um DVD. Com o coração completamente descontrolado, mas ainda sem
deixar que uma lágrima sequer caísse, pegou o notebook sobre a cama e o ligou, colocando o DVD.
A imagem abriu automaticamente. Ao
fundo, estava Nino tocando ao piano. Ela demorou meio segundo para identificar
a música, Still. Nunca falara dela com Jun, mas era uma de suas favoritas
também, por causa da melodia e da letra.
Mais próximo à câmera, estava um
Matsumoto Jun nervoso, evidentemente, e que não parava de bater o pé no chão.
Enquanto a música tocava, ele disse:
“Karoru-chan, gostou do presente de Natal que eu mandei?
É simples, nunca fui o melhor homem do mundo para escolher presentes, mas esse
coração de pelúcia eu escolhi com todo o amor do meu kokoro, completamente cheio de você. E mandei
outro coração junto, você viu? Era seu, você me deu, a agora eu dou para quem
eu quiser.
Sei
que já estamos há mais de um mês sem nos falar, e nesse tempo eu até mesmo
tentei te esquecer, mas não foi possível. Graças ao querido Oh-chan [e
nesse momento Ohno apareceu no vídeo, deu um “tchauzinho” e Jun sorriu] eu pude lembrar de tudo que, na verdade,
nunca saiu da minha memória.
No
dia que você foi embora, eu fui lá no aeroporto, mas o avião já tinha levantado
voo, infelizmente, e eu não consegui falar com você pela última vez. Então,
bateu uma revolta muito grande, me senti completamente impotente, sem poder
fazer nada para que você entendesse que eu te amo. Foi por isso que escondi os
pingentes, as cartas, mas não consegui jogar nada fora.
Sinto
muita falta sua, Karoru. Quando respondi aquela sua primeira carta, não achava que um dia
poderia te amar tanto assim. Mais que a mim mesmo, eu diria. É verdade, por
favor, acredite em mim. Eu não ia brincar com algo sério assim.
Antes
de sair daqui, você disse para eu voltar com a Yui. Isso é impossível, pois eu
nunca a amei como amo você, na verdade acho que nunca a amei de jeito nenhum,
eu somente gostei muito dela. Além disso, ela sumiu de vista, depois da
conversa que tivemos naquela noite que você se recusou a atender todos os meus
telefonemas ela se mudou e desapareceu, até mesmo nas coberturas para a revista
eles estão enviando outros âncoras e correspondentes. Com isso, ficou evidente
tanto para Johnny Kitagawa quanto para o mundo que eu e ela não estamos mais
juntos.
Meu
pedido, Karoru-chan, é
que você venha para o casamento da Débora-san e do Nino [ele então parou de
tocar, olhou para a câmera e, sorrindo, fez um V com os dedos, voltando a tocar
em seguida]. Eu queria na verdade que
você viesse para ficar para sempre ao meu lado, mas sei que você faz faculdade
e tem suas responsabilidades aí, mas depois que concluir o curso, quem sabe
você volte em definitivo? [Aiba disse, por trás da câmera, e Caroline
percebeu que era ele quem gravava: “Jun-chan, isso não está no roteiro, hahaha.
É improviso”. Jun respondeu para o amigo: “Eu sei Aiba-chan, mas eu precisava
dizer isso” e voltou a olhor para ela]
Continuando, eu acho que podemos deixar
para falar do futuro depois, né?
Então,
o que eu queria dizer é isso. Aishiteru yo, Karoru-chan. [Depois disso, Caroline levou um susto
quando ele continuou falando, pois era em português. Um português cheio de
sotaque e, pelo jeito, aprendido às pressas] Eu te amo, Karorine Ferazu. Voruta para mim.
E então, Sakurai e Ohno apareceram ao
lado de Jun na tela, este ficou em pé e Aiba deve ter deixado a câmera sobre um
tripé e se juntou a eles que, ao som do piano, com o Nino cantando enquanto
tocava, começaram a cantar Still a partir do rap do Sho.
“ ‘Ano hi Kimi wa boku ni nante
ittete kke…’
Nante itta tte mou kankei nai ne
Sanzan atte
Dandan wakatte Kisetsu semari kite sanzan naite
Kimi wa kimi
Yume Dekkaku kaite
Boku wa koko
kara seikou wo negatteru
Matteru dake ja ashita wa nai kara
Ugoita Koko ja hajimaranai kara?
Saki no mienai kurai dorou mo
Sore ga tatoe ukairo demo
Ima wa sukoshi futari to mo
Tsurai hyoujou Shimatte okou
Kore wa wakare dewa nai Deaita chito
no mata arata na hajimari
Tada Boku wa nao anata ni aitai
Mata…
Itsuka waratte mata saikai Sou
zettai
Tabun ano toki bokura wa
arukidashitanda Tagai ni chigau michi wo
Itsuka futari de atta imi ga wakaru
toki made
Sharin ga mawari dashitara Tabi ga
hajimatte shimao kara
Mou hagurenai you ni Kako wo sotto
dakishimeru”
Terminaram de cantar e Nino parou de
tocar, encerrando a música. Jun concluiu:
É
isso, Karoru-chan.
Não é a música mais romântica do mundo, mas achei que muito da letra tem a ver
conosco, né? “Eu ainda quero te ver / Ainda quero....
/ Um dia, nós nos encontraremos de novo e sorriremos juntos / Tenho certeza
disso”. Sim, eu tenho certeza que ainda nos veremos outra vez... Eu desejo isso
com toda força do meu coração completamente apaixonado por você.
Então,
os outros se reuniram e falaram todos que sentiam falta dela e também queriam
vê-la outra vez. E, depois disso, a imagem sumiu.
Caroline ficou uns dez minutos olhando fixamente
para a tela preta do player do notebook enquanto as lágrimas, que lá pelas
tantas, antes mesmo de cantarem, começaram a correr, escorriam sem parar por
seu rosto. Então, ela ouviu uma batida na porta.
- Carol, posso entrar?
Ela secou os olhos rapidamente, fechou o
player, guardou o coração de pelúcia novamente na caixa e respondeu, sem deixar
que a voz falhasse devido ao choro recente:
- Pode sim, mãe!
Dona Marta abriu a porta e a viu sentada
no chão do quarto com o computador aberto a sua frente e a caixa que chegara
pelo correio ao seu lado.
- O que você recebeu? – olhando o
remetente. – Não tem nome, mas pelo jeito é do Japão. Foi a Débora?
- É um presente de Natal – ela não
respondeu a última pergunta da mãe, somente a primeira.
- Legal! Deixa-me ver?
- Depois, mãe. Agora, deixa eu te contar
uma coisa. Mudei de ideia: vou para o casamento, mas claro que será surpresa,
não contarei a ninguém! Ah, olha o que veio junto! – erguendo ante os olhos a
corrente com o pingente da chave.
- Que bom né? Mas, e o coração? Você
também deixou lá, você disse.
- Nem sei.
- E mudou de ideia por quê? Agora quer
ir ao casamento? Eu tava mesmo estranhando você não ir, ela sempre foi sua
melhor amiga.
- É né? Você está certa, ela é minha
melhor amiga, eu não podia deixar de ir.
***
- Será que ela recebeu o presente já?
Os cinco estavam reunidos na casa de
Sakurai Sho, sentados no chão de seu apartamento, encostados no sofá, cada um
abraçando uma almofada enquanto um filme passava na TV. Quando Jun abriu a
boca, a almofada que estava com Nino, sentado a seu lado, foi parar no rosto
dele.
- Ei, silêncio, Jun-pon!
- Doeu, viu? – Jun esfregava a bochecha.
- Ah, tadinho! Agora quieto que quero
ver o filme!
- Kazu-chan, não seja ranzinza! Como se
você nunca tivesse visto esse filme antes – disse Sho.
Era dia 10 de janeiro e os meninos
tinham ganhado o fim de semana de folga. Débora ficara na casa de Nino fazendo
várias conferências em listas de compras para o casamento que se aproximava e,
quando este a chamou para ir junto assistir a um filme na casa de Sho, ela
respondeu que ele precisava passar aquele momento só com os amigos, já que
ultimamente, em toda e qualquer vaga de tempo ele ficava com ela cuidando dos
preparativos. Assim, ele se reunira com os outros mais ou menos uma hora antes.
Matsumoto Jun, por sua vez, desde que
gravaram o vídeo para Caroline e ele resolvera enviar a ela um presente, estava
mais animado e se parecia um pouco mais com o Matsujun de antes. Então, quando
Sho falou de todos se reunirem em sua casa, na hora ele aceitou.
Aiba, como de costume, topou na hora. Não
teve nem dúvidas, amava quando ele e os amigos podiam curtir um momento assim,
descontraído, só de descanso.
O único que se opôs em primeira
instância foi Ohno Satoshi:
- Ah, eu preferia ir ao pub – ele disse, mas logo acabou
cedendo.
- A vida não é feita só de bebida,
comida e badalação, Riida – disse
Aiba.
Assim, todos estavam reunidos naquele
sábado sem nenhum compromisso nas próximas 30 horas.
Jun estava ficando ansioso já, pois
fazia mais de três semanas que enviara a encomenda de Carol, mas ainda não
obtivera algum contato dela ou algum sinal de que ela recebera realmente, apesar
de ter verificado junto aos correios que a entrega fora realizada logo na primeira
semana do mês.
- Jun-chan – disso Aiba – Não se
preocupe, eu tenho certeza que ela recebeu.
- Etto
ne... ela não dá nenhum sinal de vida!
- Não se desespere, Matsujun. – Ohno tocou
em seu braço.
- O casamento é daqui duas semanas,
Oh-chan! Ela entrou em contato com a Débora, Nino?
- Não, Jun. Ah, vocês venceram! Mas me deixa
pelos menos pausar, né? – pressionando o botão de “pause” no controle remoto.
- Estou nervoso. – Jun ficou em pé – E
se ela não vier, mesmo depois do que eu mandei e de eu ter pedido?
- Senta aqui! – Nino o pegou pela mão e
o puxou para baixo, fazendo-o cair sentado novamente – Quem devia estar nervoso
sou eu, não você! É o MEU casamento, afinal.
- Eu sei que é o SEU casamento, Ninomiya
Kazunari. Só estou dizendo que... bem, acho que a Karoru-chan interessa mais a mim do que a você, né? – olhando de
canto de olhos para o amigo, meio emburrado.
***
Os dias passavam e o dia 24 se
aproximava ligeiro, agora faltava apenas meia semana. Jun ainda não recebera
nenhuma notícia de Caroline e já começava a perder as esperanças de que ela
pudesse novamente entrar em contato.
Ele estava passando pela guarita na
garagem de seu prédio, às 6h da tarde de terça-feira, quando seu celular tocou.
Era o toque que ele usava para todos, a versão em piano de Wild at Heart, um
single de 2012 que, sendo tema de um de seus doramas de maior repercussão, Lucky Seven, fez um grande sucesso e
ainda fazia.
Jun parou o carro e se esticou para pegar
o aparelho que estava solto no banco do passageiro. Quando leu o nome no visor,
sentiu seu coração parar por alguns segundos: Karoru-chan.
***
Caroline ligou para Jun assim que pegou
sua bagagem depois de desembarcar em Narita. Ela comprara a passagem no dia
seguinte de receber o presente dele pelo correio, e fez reservas no mesmo hotel
que ela e Débora ficaram hospedadas no último outubro.
Ela derreteu-se toda ao ver o vídeo que
Jun e os outros do Arashi tinham feito para ela, e sua determinação em
esquecê-lo sumiu completamente. Amou o coração de pelúcia e dormia todas as
noites com ele desde então, até o trouxera junto para o Nihon. Colocara a corrente que ele mandara no pescoço no mesmo dia
e tirava apenas para tomar banho.
Pensou mais de uma vez em contatá-lo e
dizer que ia, mas queria manter a surpresa. No lugar disso, ligou para Débora
certo dia:
-
Moshi-moshi. – ela atendeu.
- Dé, sou eu, Carol.
- Ah,
é você? Que bom que ligou!
- Quero contar uma novidade.
-
Pode contar. É coisa boa?
- Sim, acredito que você vá gostar. Vou
para o casamento, já acertei até mesmo com a companhia a passagem de volta, que
você deixou em meu nome.
-
Não acredito!! É verdade que você vem?
- É sim, devo chegar aí na semana mesmo,
mas vou com certeza!
-
Carol, o que te fez mudar de ideia?
- Dé, quando eu chegar aí eu conto,
agora não vai dar, senão a ligação fica cara demais.
-
Ok. Só me diz uma coisa: você recebeu o presente do Matsujun?
- Você sabia? Recebi sim. Não conte nada
para ele, que eu estou indo, por favor.
-
Ah, entendo – Débora deu um riso baixo, e Carol percebeu, rindo junto. – Não
contarei nada.
- Uhm, tá certo então. Até mais!
-
Tchau amiga. Sabia que você ia acabar mudando de ideia. Estarei aqui te
esperando!
Agora, quando o telefone chamou quatro
vezes sem que ele atendesse, Caroline estava com medo de que ele não fosse
mesmo atender. Mas então, a voz de Jun surgiu:
- Karoru-chan, é você?
- Hai!
-
Não acredito! Finalmente você ligou! Ah, você não faz ideia de como senti sua
falta.
- Alguma ideia eu faço, pois você deixou
muito claro no vídeo, hahaha – ela riu da própria piada, nervosa ao ouvir a voz
dele depois de tanto tempo – Aliás, hontou
ni arigatou, pelo presente. Eu também senti sua falta, embora não quisesse
admitir. – calando-se por alguns segundos, que fez Jun acreditar que a ligação
caíra ou fora desligada – Mas, eu liguei por outro motivo. - ele deu um suspiro
de alívio quando Caroline falou novamente.
-
Nani?
- Será
que você pode... vir me buscar?
-
Hã?? – ele exclamou, surpreendido – No Burajiru?
- Não, aqui mesmo. Narita.
-
Não brinque, Karoru, onegai.
- Você acha que eu ia brincar com isso,
Matsujun? É sério, estou em Narita. Resolvi vir para o casamento.
-
Majide!? – ele estava evidentemente surpreso e
Carol sorriu.
- Hai.
Você pode vir ou não? Daí ligo pra Dé, se você não puder. Ela sabe que eu
viria.
-
Nani
kore? Ela sabe? Como assim?
- Esses dias, eu liguei para ela e
contei.
-
Demo...
- Jun, você vem ou não? - cruzando as
pernas, sentada numa cadeira na sala de desembarque.
-
Ikimasu!
***
Enquanto dava desesperadamente a volta e
entrava novamente no trânsito, ele ligou para Ohno Satoshi e pôs o celular no
viva voz.
-
Moshi-moshi.
- Riida,
ela está aqui. To indo agora mesmo buscá-la no aeroporto. – Jun disse, enquanto
era obrigado a parar no sinal vermelho.
-
Tá, agora eu pergunto: você vai buscar quem no aeroporto?
- A Karorine,
ela veio, Oh-chan!
-
Hontou?
- Claro que sim, eu não inventaria uma
coisa dessas! – pensando Ela disse com
tanta seriedade que não teria como ela estar
inventando, teria? Prosseguiu: - Onde você está, Oh-chan?
-
Na minha casa.
- Liga para os outros também. To no
tânsito agora, não dá pra ligar.
-
Você ligou pra mim.
- Eu sei! Liga pra eles? Onegai!
- Hai,
hai.
- Vou desligar agora. Jya.
Jun nem esperou o amigo responder e
aproveitou que teve que dar uma freiada para não colidir com o veículo da
frente e apertou o batão para encerrar a chamada.
Certificando-se que estava com a
corrente do coração no pescoço, seguiu o mais depressa que pôde.
***
- Majide!?
– Ninomiya, que jogava video-game
sentado em seu sofá, olhou espantado para Débora. – Ela chega hoje?
- Hai!
Na verdade – olhando no relógio – ela já deve ter chegado. Disse que queria
ligar para Jun ir buscá-la.
- Ele sabia que ela vinha?
- Não. Carol queria fazer surpresa. Vou
ligar para ela mais tarde, ou deixar para amanhã. Os dois precisam ficar um
pouco a sós né?
Débora sentou-se ao lado do noivo, que
pausara o jogo. Ela sabia que ele sempre fora viciado nos jogos, era o melhor
em todos. Ela lera uma vez, numa entrevista de quase dez anos atrás, que ele
não queria uma mulher que ficasse pegando em seu pé por causa de seus games. Nesses quase três meses de
relação, ela nunca o mandara parar de jogar ou reclamara uma vez sequer, e isso
fez com que ele ainda mais a admirasse, pois em vários relacionamentos
anteriores, ele teve problemas com as mulheres por isso.
Contudo, sem que ela precisasse pedir,
sempre que ela falava com ele, Nino lhe dava toda a atenção. Mas dessa vez, não
foi somente a noiva quem prendeu sua atenção, foi a notícia repentina de que
Caroline voltara ao Nihon que o
espantou e ele olhava para Débora de olhos arregalados.
- So
ka? Surpresa?
Nesse instante, o celular dele tocou e
Débora, que estava mais perto da mesinha de centro, alcançou o aparelho.
- É o Riida.
- Hai
– ele disse, ao atender.
-
Nino, só pra avisar, o Jun que me pediu para ligar. Ele foi ao aeroporto agora,
buscar a Karorine-san,
que parece que voltou repentinamente.
- Eu sei.
-
Você sabe?
- Não sabia até cinco minutos atrás. Deb
acabou de contar.
-
Ela sabia?
- Pelo visto sim.
-
Era só isso. Ele quer que eu avise todo mundo. Vou ligar para o Sho-chan agora.
Jya.
Ambos desligaram.
- Ele disse que quem pediu para ligar
foi o Jun-pon. – disse para Débora - Parece que a Karoru já ligou pra ele.
- Uhm – ela pousou a cabeça no ombro
dele – Kazu?
- Nani?
- Será que seu pai vai ao casamento?
- Não sei. Talvez vá. Quando eu falei
com ele, ele me pareceu que ficou meio em dúvida. Demo... – abraçando-a – não vamos pensar nisso.
Nino beijou-a e ela retribuiu. Os dois
estavam completamente apaixonados e ansiosos para que o grande dia chegasse
logo.
***
Caroline estava sentada ao lado de um
senhor de cabelos brancos, meio calvo, e trouxera apenas uma mala. Ao vê-la,
antes que ela o visse, Jun sentiu as pernas bambearem de emoção e felicidade.
Dessa vez, Jun estava com a cabeça
coberta, óculos e bem encoberto com uma jaqueta preta de nylon, que servia para esquentá-lo do frio e, além disso, o fazia
passar despercebido no meio da multidão no aeroporto. Ninguém o reconheceu nem
veio falar com ele.
Ela vestia uma blusa de lã vermelha,
gola alta, e um gorro, calça jeans e
botas. Sobre a blusa, descansando sobre o peito, ele pôde distinguir a chave.
Sorriu ao se aproximar dela, que, distraída, lia um cartaz colado na porta da
livraria.
- Karoru-chan.
– ele sussurrou, quando estava já ao lado dela, que ainda não tinha dado conta
de sua presença. – Eu cheguei.
Foi então que ela virou o rosto para ele
com o mais belo dos sorrisos. Ele achou que ia desfalecer ao vê-la assim.
Sentou-se na cadeira vaga ao lado dela e, com o coração disparado, a ponto de
saltar pela boca, sem pensar muito segurou a cabeça dela pela nuca e a beijou.
Carol, sem pensar duas vezes, retribuiu no mesmo instante.
Depois de um ou dois minutos, eles
pararam para se olhar. Jun permaneceu com uma mão na nuca de Carol e com a
outra, passeou por seus cabelos.
- Você está tão linda! Que falta você me
fez! – a abraçando.
- Também senti sua falta. Obrigada...
pelo presente. Pelo coração de pelúcia... pelo DVD... e por isto. – se
afastando do abraço e mostrando a ele a corrente em seu pescoço.
- Agora – ele disse – quem tem a chave
do meu coração é você. E esta chave não será de mais ninguém!
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