Matsumoto Jun almoçou
sozinho e ficou fechado em seu apartamento a tarde toda, vendo filmes ou
ouvindo música. Sakurai ia almoçar em um restaurante entes de ir para o prédio
da NTV (era dia de Zero) e o chamou
para ir junto, mas ele não quis. Não conseguira falar com Yui e aquilo o
preocupou mais ainda. Não tinha ânimo para almoçar fora. Ohno e Aiba não
entraram em contato, então provavelmente cada um tinha o que fazer naquele dia.
Tentou falar mais cinco
ou seis vezes com Yui durante a tarde, mas ou caía direto na caixa postal, ou
chamava até cair. Jun então pensou que deveria ter ligado mais cedo. Deveria
ter mantido algum contato. Mas ele estivera tão irritado com ela desde sábado,
quando ela aprontara aquilo tudo com Karoru-chan, que sequer pensou
muito nisto.
Na verdade, quando soube
que Caroline estava querendo antecipar a viagem de volta para o Brasil, ele só
conseguia pensar em algo que pudesse fazer para impedí-la. Mas hoje, talvez o
que devesse era simplesmente ter deixado que ela voltasse.
Já eram quase 5h30 e o céu
estava ficando crespuscular. Ligou mais uma vez para Yui, mas novamente ela não
atendeu. Resolveu desistir por hora e ir tomar banho. Depois tentaria
novamente, e se ela não atendesse, iria até seu apartamento.
Embaixo do chuveiro, por
um momento esqueceu-se dos seus problemas e pensou no amigo que ficara noivo de
uma hora para a outra. Ninomiya Kazunari agira de forma completamente
imprevisível! Mas... será que ele levou a Débora-san para conhecer seu pai,
como ele e os meninos disseram no dia anterior que ele devia fazer?
E essa história de
casamento fora do país? Era um absurdo! Enquanto ensaboava seu corpo, ele
pensava cada vez mais nisso e chegou à conclusão que Johnny-san nunca permitiria
uma coisa dessas. Casar com uma estrangeira ainda vá lá, mas fazer esse
casamento no exterior? Não, não era mesmo provável que ele aceitasse.
Mas então Jun pensou em
algo que não pensara antes. Se ele fosse a esse casamento, poderia reencontrar
Caroline. Afinal, ela era brasileira, né?
Desligou o chuveiro e
enquanto se secava, já esquematizava como ir até o Brasil no casamento de Nino
e visitar a Karoru-chan... mas ele mesmo sabia que esse casamento
dificilmente poderia acontecer fora do Nihon.
Não fora ele mesmo quem disse isso ontem? Vestiu a calça jeans e a
camiseta e, esfregando a toalha na cabeça para secar os cabelos, saiu do
banheiro e caiu sentado na cama, ainda refletindo sobre o casamento de Nino.
Um pensamento tão óbvio
que Matsumoto não sabia como não tinha lhe ocorrido até então, veio à tona. O
que Johnny diria, se ele realmente largasse Yui por causa de uma brasileira?
Tudo bem Ninomiya se casar com uma, afinal, ele era livre e desimpedido. Mas
Jun não. Com certeza, Kitagawa não aprovaria algo assim. Como também não
aprovaria o casamento lá do outro lado do mundo.
Pelo menos, por tudo o
que Nino contara e tudo o que Débora lhe dissera, eles tinham realmente se
apaixonado, se amavam e aquela união súbita aconteceria de qualquer modo, no
Japão, no Brasil ou onde quer que fosse. Contudo, sua situação era diferente.
Ele não podia fazer algo que fosse causar tamanho escândalo nas fãs, nem
desagradar Johnny Kitagawa. Afinal, quando Caroline fosse embora, tudo voltaria
ao que era antes e ele teria que esquecer todos aqueles sentimentos que
invadiram seu coração nos últimos dias.
Quando Caroline fosse
embora... fosse embora...
Aquela frase travou seu
raciocínio e toda a lógica foi roubada de sua mente. De repente, esqueceu como se
pensava com a cabeça e seu coração gritava que não queria que ela fosse para
lugar algum. Pela primeira vez, desde que aquilo tudo começara, Jun sentiu seus
olhos arderem e uma lágrima solitária e quente caiu pelo canto do seu olho.
Lágrima de tristeza, mas
não só isso. Era uma lágrima de impotência. De frustração. De quem não sabia o
que fazer. Seu coração queria gritar para ela ficar com ele. Sua mente o
obrigava a voltar à razão.
Secou os olhos, penteou o
cabelo ainda úmido e jogou uma água no rosto. Respirou fundo e, tentando afogar
a tristeza repentina, ligou novamente para Yui. E novamente ela não atendeu.
Pegou sua jaqueta de couro no guarda-roupa, pôs o sapato e saiu decidido,
querendo desesperadamente tirar a imagem da Karoru-chan da cabeça.
Não queria usar a chave
que tinha do apartamento da namorada, então parou em frente à porta e tocou a
campainha duas vezes. Quando ela não atendeu, ele bateu na porta, mas ainda
assim ela não abriu. Ele se aproximou do olho mágico e espiou, mas não conseguiu
enxergar nada, a não ser a escuridão. Encostou o ouvido com as mãos em concha
na porta para ver se escutava algum som, mas nada. Então, viu que não havia
outro jeito. Destrancou a porta e entrou.
O apartamento estava em
silêncio, com as luzes todas apagadas. Ele chamou por ela algumas vezes, mas
não obteve resposta. Ficou evidente que ela não estava em casa, e o estivera
evitando o dia todo. Mas a princípio, ele achou que ela estava somente trancada
no apartamento, ignorando-o propositalmente, como ele fizera com ela no dia
anterior. Na verdade, ele se deu conta que não a ignorara somente no dia
anterior, mas desde dias atrás, quando as duas turistas chegaram. Ela devia
estar muito magoada com ele.
Foi entrando, espiando
nos cômodos, a cozinha, o banheiro, o escritório e finalmente o quarto. Viu
então que, do jogo de malas em cima do guarda-roupa, faltava a mochila de mão.
Abriu a porta do móvel e se deparou com espaços faltantes entre os cabides,
então foi abrindo as gavetas e percebeu que faltavam peças de roupas em todas
elas. Olhou para a penteadeira no outro extremo do quarto e notou que ela
estava praticamente vazia, a maioria dos cremes, batons e perfumes, não estava
ali.
Já intrigado com a viagem
repentina da namorada e temendo ser o motivo pelo qual ela viajara assim, sem
dizer nada, pela primeira vez Jun lançou os olhos sobre a cama. E percebeu o
bilhete escrito à mão, pelo visto às pressas, pela própria Yui.
Era um bilhete de poucas
linhas, numa folha comum de agenda. Jun o pegou e passou a ler. A mensagem nele
dizia:
“Matsumoto, eu não sei
o que está acontecendo com você. Pelo visto, aquela burajirujin é mais importante do que eu pensava.
Se você está lendo
isto aqui, é porque não nos falamos mesmo (talvez você tenha até tentado me ligar,
mas não quis atender). Então, não se preocupe mais comigo. Estou dando um basta
por enquanto!
Quando eu voltar, a
gente conversa melhor. Não tente me ligar novamente porque eu não vou atender.
Preciso de um tempo para pensar.
Uemura Yui.”
***
Caroline passara um dia
maravilhoso. Só não foi mais maravilhoso porque estava sozinha, mas logo Débora
chegaria e daí as duas poderiam conversar muito sobre o dia de ambas.
Como será que tinha sido
o almoço com a mãe do Nino? Será que ela era legal? Será que aceitara sua
amiga, mesmo ela sendo estrangeira? Carol com certeza tinha várias perguntas a
fazer quando ela chegasse!
Aquela segunda foi o
primeiro dia que pôde aproveitar Tóquio um pouquinho. Evitando pensar muito nas
confusões do coração e esquecer por um instante o drama interno que estava
vivendo, ela passeou pelo bairro fazendo comprar e tirando fotos. Como era o
primeiro dia útil da semana, as calçadas estavam um pouco vazias e Carol pensou
que as escolas e escritórios estavam a todo vapor, com estudantes de uniforme
concentrados (ou não) e homens engravatados trabalhando com afinco (ou não).
Num ímpeto, pensou em
ligar para Jun e chamá-lo para ser seu guia turístico, mas logo desistiu. Se
ela podia aproveitar um pouquinho de tranquilidade interior, sem ter que se
preparar emocionalmente para poder encontrá-lo e sem que seu coração entrasse
em colapso, ela o faria.
Sabia que a decisão que
tomara no dia anterior, de ficar com ele ao menos por mais aqueles dias,
implicava em muita renúncia de sua parte. Agora que ela admitira para si mesma
que estava apaixonada, encará-lo tinha ficado muito mais difícil, mas ela
sentia que a alegria de vê-lo, mesmo com certa angústia, era melhor que o
alívio de não vê-lo e a tristeza que isto acarretava. Se tinha direito a mais
alguns dias, então ela queria poder olhar para ele e sorrir.
Por isso tudo, Carol
evitou pensar no Matsujun durante aquele dia. Não queria ter que se preocupar
com a avalanche de sentimentos que somente ele despertava.
Almoçou no restaurante
que o recepcionista indicara, que por sinal estava lotado e ela procurava por
uma mesa vazia quando fora avistada por Sakurai Sho. Ele estava sentado numa
mesa mais afastada, sozinho, distante dos olhares. Ele a viu quando ela
adentrou o recinto, então pediu para um garçom chamá-la, senão ela nem teria
percebido ele ali. Seu pedido ainda estava sendo preparado e ele não estava
comendo ainda. Caroline se sentou à mesa e agradeceu o convite, pois se não
fosse por isso, ela teria que ter desistido do restaurante, por faltar lugar.
- Ainda bem que eu te vi
então! Estamos num dos melhores restaurantes de Tóquio! Você não podia perder
isto por nada. – ele disse, com um sorriso radiante.
Depois do sorriso de
Matsumoto Jun, o dele foi o que mais a cativara desde que viu o dorama Yamada Tarou Monogatari, que ele fez com
o Ninomiya Kazunari. Era um dorama antigo, de anos atrás, mas mesmo assim, ela
se apaixonou pelo sorriso de Sho e nunca mais “desapaixonou”.
Estar com ele ali era a
realização de um sonho. Esqueceu por um instante que estava apaixonada,
esqueceu Jun, Yui e todos os problemas, esqueceu que teria que voltar sozinha
ao Brasil. Naquele momento, Carol foi somente uma fã novamente. Ela retribuiu o
sorriso e respondeu:
- Ainda bem mesmo! Se
você não tivesse me visto, eu não poderia estar agora mesmo realizando um dos
meus sonhos, que era almoçar com você, Sakurai-san.
- Nada de Sakurai-san.
Como você me chama lá no Brasil?
Carol baixou a cabeça
encabulada. Demorou alguns segundos para responder e finalmente conseguiu
balbuciar alguma coisa:
- Sho-chan.
- Perfeito! Quero que me
chame apenas de Sho-chan daqui em diante, Karorine-san!
Ela sorriu tímida, olhou
para ele e falou:
- Etto ne...
Sho-chan... me chame de Carol, onegai.
- Hahaha! É claro!
Nesse momento, um garçom
se aproximou e ela pediu seu prato. Sho chamou-o de canto e cochichou algo para
ele. Quando ele trouxe o pedido dela, estava acompanhado de talheres.
- Arigatou, Sho-chan! Você se lembrou que não sei usar hashi!
- Hai! – ele ergueu os olhos e sorriu novamente.
Lembrando-se disso,
sentada no sofá do hall do hotel, Caroline sorriu involuntariamente. Ele
fora tão atencioso com ela! Até se ofereceu para tirar uma foto! E nem tocou no
nome de Matsujun. Provavelmente ele sabia de alguma coisa, afinal, do jeito que
Nino falara ao telefone, que Jun tinha mandado um beijo para ela, e eles
estavam todos juntos, então provavelmente alguma coisa Sho sabia, sem dúvida.
Contudo, mesmo sabendo, teve o bom senso de não tocar no assunto.
Caroline não tinha muita
certeza sobre os sentimentos de Matsumoto Jun por ela. Tudo o que tinha eram as
insinuações de Débora ou Nino, mas ficara claro, tanto na noite (madrugada) de
sábado quanto na manhã de domingo, que ele sentia alguma coisa.
Provavelmente, apenas amizade, carinho mesmo por ela, com quem trocava cartas
há tanto tempo. Sim, devia mesmo ser só isso. Mas Carol não queria mais. Estava
bom assim.
Se ele estivesse
apaixonado por ela, isso era um problema. Daí, tudo o que Yui dissera seria
verdade. O namoro deles estaria prejudicado, e era tudo o que Carol não
queria. Talvez, se tivesse sido mais firme, tivesse mesmo ido embora antes. Mas
preferiu ser um pouco egoísta, ela achou que tinha direito a esse pequeno
prazer de estar com ele por mais uma semana.
Pegou a câmera dentro da
bolsa e começou a olhar foto por foto que tirara. A primeira era dela com o
Sho. Débora ficaria com inveja, já que quem queria tirar fotos era ela. Ah,
mas a Dé terá muito tempo pra isso! Ela pensou. Quem diria, hahaha. Ela
está noiva! De ninguém menos que Ninomiya Kazunari!
Nesse momento, Carol viu
Nino parando o carro na entrada do hotel. Débora deu um beijo rápido nos lábios
dele, desceu do veículo e caminhou até ela. Carol notou que seu semblante
estava um pouco carregado.
- O que foi?
- Vamos subir? – Dé parou
a seu lado – No quarto eu te explico.
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Pequeno flashback [5]
- Otousan, esta é minha noiva, a Débora-san.
- Noiva? Quando você
ficou noivo, Kazunari? E que nome estranho é esse? Débora, onde já se viu?
Ela não é japonesa, isso é evidente, com essa cara, esses olhos saltados!
Débora apertou ainda
com mais força a mão de Nino. A mãe dele estava parada ao lado deles, enquanto
o Sr. Ninomiya ainda estava ao lado da porta e o filho fazia as apresentações.
Ela já sabia que aquilo podia acontecer. Seu ex-marido sempre fora muito
intolerante, principalmente com gaijins. Mas mesmo assim ela ligara para
ele assim que Kazu disse que iria almoçar em casa naquele dia e levaria a noiva
burajirujin. Ela sabia que o relacionamento deles não era bom e que eles não
se falavam há mais de dois anos, por isso achou que aquela era a hora certa de os
dois conversarem.
- Otousan! Não fale assim! Ela é minha
noiva! – Nino puxou Débora para si e a abraçou pela cintura.
- Noiva... Ninomiya
Kazunari, o senhor nem mesmo pode ficar noivo sem o meu consentimento!
Débora apenas olhava
para os pés e, se pudesse, cavaria um poço e se esconderia. Ela não estava
gostando daquela conversa.
- Não sou mais
criança, otousan. Não preciso
da sua permissão! O senhor nunca se importou comigo, nem quando eu era criança.
Vem querer dar uma de pai agora! Sai dessa.
- Filho, não fale assim
– pediu sua mãe, tocando seu ombro.
- Eu falo como eu
quiser, com ele. É verdade, ele nunca ligou para minhas decisões, quer
ligar justo agora?
- Olha aqui, Kazunari!
Posso não ter sido o melhor pai do mundo, mas não deixei faltar nada, nem
comida, nem roupa, nem teto! E ainda sou seu pai! Você tem que me respeitar.
Não quero que case com essa mocinha – fazendo um gesto cheio de desprezo
em direção à Débora - e ponto final!
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- Eu não acredito, Dé! Nossa,
o pai do Nino é complicado mesmo, né?
As duas tinham subido
depois que Débora chegou e ela estava contando como fora sua tarde com os
futuros sogros. Já eram quase 7h da noite. Elas estavam sentadas cada uma em
sua cama.
- Tô pasma até agora. Débora,
você arranjou um sogro bem difícil. Ele disse mesmo que seus olhos são
saltados?
- Sim! Mas isso não é
tudo. Eles pararam de discutir. Na verdade, Kazu somente ignorou a última frase
dele e me abraçou ainda mais apertado. Ele sussurrou em meu ouvido: “Não liga
para o que ele diz. Eu me casarei com você!”. Ele me passou tanta confiança
naquele momento. Só que...
- Ih, eu sabia! Só que o
quê?
- Só que, enquanto
almoçávamos, pairava aquele clima tenso no ar. Ninguém dizia nada e eu, que
estava cheia de vontade de provar o Teppan-Yaki
da mãe do Kazu, nem consegui sentir direito o gosto da comida. Durante todo o
tempo, só se ouvia o som de dentes mastigando, os hashis (Nino pegou talheres pra mim) tocando os pratos e os
latidos incessantes do pequeno Natsuko, o cachorrinho.
- E depois do almoço?
- Depois do almoço, o
Kazu tentou novamente conversar com o pai dele, porque sua mãe pediu, mas ele
foi irredutível. Quando Nino disse dos nossos planos de nos casarmos no Brasil,
ele fez um escândalo.
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Pequeno flashback [6]
- Eu não acredito no
absurdo que estou ouvindo!!! Casar-se no Brasil? NUNCA! Ninomiya Kazunari, você
perdeu o juízo.
- Não perdi não, otousan. Casar no Brasil sim, o que isso
tem demais?
- E você que permite
essa idiotice! – ele se virou para a ex-mulher – Que tipo de mãe você é,
afinal?! Com tanta mulher bonita aqui no Japão, você deixa esse seu
filho ficar noivo de uma gaijin!
- OTOUSAN! – Nino deu um berro, pondo-se à
frente da mãe e de Débora, como se as fosse defender de uma fera – Não fale
assim com a okaasan!
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- ... e daí ele foi
embora. Sem dizer mais uma palavra, ele saiu.
- Como foi depois que ele
se foi, Dé?
- Ah, Carol! – Débora
deitou para trás na cama e pôs as mãos atrás da cabeça – Ficou uma situação
meio estranha, né? Mas o que a gente podia fazer? O Kazu ficou muito bravo e
ainda suava, com os olhos cheios de cólera e o rosto vermelho quase uma hora depois
que eu pai saiu.
- E a mãe dele?
- Tadinha! Ela ficou tão
sem jeito! Veio correndo se desculpar comigo... que tinha previsto essa reação
toda, mas mesmo assim achara melhor tentar, e agora se arrependia de ter
chamado seu ex-marido para aquele almoço.
- E você?
- Ah, eu... – ela olhou
para o teto – Eu tentei confortá-la, né? Tranquilizar o ambiente. Pedi para o
Kazu ficar calmo, fingi que não me importava com nada daquilo. Aconselhei-o a
entrar em contato com o pai e conversar direito.
Ela calou por um ou dois
minutos. Caroline deitou-se também. Sentia muito pela amiga, mas algo assim
podia acontecer. Ninguém sabia muito sobre o pai de Nino, ele podia ser um cara
legal ou não. No fim, o que ele se mostrou foi um tremendo de um preconceituoso.
Mas agora, o que a preocupava era como a amiga ia lidar com a situação.
- Mas eu me importo,
claro. Muito – Dé continuou – Amo de verdade o Kazunari. Nunca acreditei muito
num amor assim como o nosso, que parece de cinema, instantâneo e arrebatador. Até
que aconteceu comigo, né? Só que com isso tudo agora... ah, Carol, eu tenho
medo sabia? Do pai dele nunca me aceitar... você sabe como a família é
importante para mim. O que eu faço?
- Eu realmente não sei.
- Dói dentro da alma o
que falarei agora. Mas no caminho de volta para o hotel... eu pensei... será
que devo mesmo me casar assim?
***
Matsumoto ligou para Ohno
assim que voltou para seu apartamento, com o bilhete em mãos.
- Moshi-moshi.
- Riida, sou eu!
- Oi Jun-kun!
- Oi. Ano... Riida, você está muito ocupado agora?
- Não muito. Estou só
pintando uma tela nova... doushita
no?
- Você pode vir aqui?
- Aqui, você quer
dizer no seu apartamento? Agora?
- Hai!
- Demo, o que houve?
- Quando você chegar eu
explico.
- Daijoubu. Jya.
Depois do Riida, foi a vez de Sakurai Sho.
- Moshi-moshi.
Sho-chan?
- Hai! Matsujun, você ligou para o meu
celular, esqueceu?
- Sho-chan, eu precisava
de um favor seu.
- Nani?
- Você pode vir aqui no
meu apartamento? O Riida também vem. Preciso conversar com vocês. Farei o
jantar também.
- Agora? Na verdade,
não sei... tenho que estar aqui para o Zero.
- Hai! Agora! Eu sei que tem o Zero
e tudo mais, só que realmente preciso conversar com você e os outros. Vou
preparar uma comida. Não são nem 7h.
- Ok, mas tenho que
estar de volta até no máximo 10h. Você não pode nem adiantar o assunto? Foi
algo grave?
- Nandemonai. Só preciso conversar e pedir conselhos a vocês.
- Então, nos vemos
daqui a pouco.
Depois do Sho, foi a vez
de Aiba Masaki.
- Jun-kun, é você?
- Hai! Aiba-chan... você pode vir no meu apartamento agora? Eu chamei
o Oh-chan e o Sho também. Vocês podem jantar aqui. Quero conversar com vocês.
- Hai! Demo... é muito importante, Jun-kun?
- Ano... é sim Aiba-chan. Venha, onegai.
- Ok. Daqui alguns
minutinhos estou aí. Jya!
E por fim Ninomiya
Kazunari. Será que ele já voltara da casa da mãe com a Débora-san? Demorou um
pouco para atender, mas no quarto toque Jun ouviu a voz de Nino:
- Pronto!
- Nino-chan! Ore wa desu.
- Ah! Olá, Jun-pon.
- Olá! Você não está bem Nino? – ele
notara algo de diferente no tom de voz do amigo.
- Prefiro contar
pessoalmente. Posso ir aí, Jun-pon?
- Claro que pode! Que
coincidência! Te liguei exatamente pra pedir pra você vir até meu apartamento.
Tenho uma coisa pra contar e pra mostrar pra vocês.
- Vocês?
- É. Eu chamei vocês
quatro. Você já jantou?
- Não.
- Ótimo! Vou preparar uma
comida bem gostosa pra gente.
- Oba! Sua comida é
tão boa, Jun-pon! Chego aí em dez minutos!
Feito os telefonemas,
Matsumoto voltou a ler o bilhete. Yui tinha ido embora. Ela chegara a uma
conclusão antes dele, afinal. Ou somente precisava ficar sozinha para pensar.
Chamando todo mundo assim
e fazendo comida, podia até parecer que ele estava dando uma festa ou algo do
tipo. Não deixou transparecer toda a sua dúvida e frustração no telefone, para
não preocupar os amigos antes da hora. Mas precisava muito do conselho deles.
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