Capítulo
3
−
Vamos Carol!- Débora chamou, pegando seu bilhete.
−
Ikimasho! Nihon, aí vamos nós!
As
duas abraçaram os pais e os dois amigos e, com votos de boa viagem e bom show,
entraram no corredor que levava ao embarque.
Carol
e Débora estavam empolgadíssimas! O Matsujun – sim, o próprio, Matsumoto Jun –
enviara pelo correio junto com a última carta dois ingressos para o show no
Kokuritsu. Quando viram os ingressos, as duas não acreditaram. Apesar da viagem
já ter sido acertada há tanto tempo, de forma alguma elas conseguiram as
entradas, nem pelo Jticket International. Mas Jun, que por incrível que pareça
ficou super amigo de Carol, as providenciou.
Durante
aqueles anos Caroline comprara os CDs que o Arashi lançou desde 2011, os DVDs,
os goods dos shows, revistas e, quando enviou uma foto sua, ela estava
sentada na cama rodeada de coisas, não tinha mais somente um CD. Débora também
saiu nessa foto, que Marcela havia tirado.
Quando
as duas finalmente entraram no avião, elas somente se acomodaram em seus
lugares sabendo que uma longa viagem começava.
***
Matsumoto
Jun combinara de ir buscar as garotas no aeroporto.
Yui
não gostava da relação que ele tinha com Caroline, mas já não brigava mais por
causa disso. Contudo, quando ficou sabendo, no dia anterior, que ela vinha para
o Nihon com uma amiga e que era
Jun quem as encontraria no aeroporto... pior, Jun arranjara ingressos
para o show no Kokuritsu que esgotara três meses antes! Então Yui brigou
novamente.
−
Matsumoto Jun, que história é essa de dar ingressinho de show pra essazinha? E
por que o senhor não me contou?
−
Calma amor! – disse Jun, querendo acalmar a namorada – A Karorine é apenas uma fã. Eu não contei porque não achei que
precisasse ou que fosse importante.
−
Sei.... – Yui não acreditou muito e demonstrou isso, se afastando e
olhando-o com um olhar fuzilante – apenas uma fã burajirujin com quem você troca cartas há mais de três anos!! Que
chega amanhã e que você combinou de pegar no aeroporto! E nem me contou!!!
−
Yui, você sabe muito bem que eu e a Karorine...
−
... somos apenas amigos. Você já me disse um milhão de vezes que a única
relação que vocês mantêm é de artista e fã.
−
Então... – e Jun puxou Yui para perto de si e a beijou.
Os
dois estavam no apartamento dela, que era vizinho do de Jun. Naquele dia eles
tinham saído para jantar e agora estavam no sofá da sala de Yui “vendo” um
filme. Na verdade, a TV estava apenas ligada.
Eles
namoravam há pouco mais de um ano. Uemura Yui tinha 26 anos e se mudara para o
mesmo prédio de Jun quando fora morar sozinha. Os pais dela não queriam, mas
como Yui já concluira a pós-graduação, ela queria poder cuidar da sua própria
casa e com isso se sentir ainda mais independente.
O
namoro começou às escondidas, pois Jun não queria problemas com Johnny Kitagawa
nem envolver Yui em confusão. Mas contou por carta à Caroline, a única a saber
em primeira instância. Depois contou também aos outros membros do Arashi.
Um
mês depois de a relação ter começado, eles oficializaram. Jun pediu permissão
para os pais dela e a apresentou para os seus. Mais importante: conseguira o
consentimento do Big Boss.
Contudo,
quando no mês seguinte Jun recebeu uma carta escrita em japonês, mas de uma fã burajirujin, Yui não gostou nenhum
pouco. Por que raios ele não dissera para ela que se comunicava com uma fã??
−
Quem é ela, Matsumoto!?
***
Carol
e Débora desceram do avião às 6h55 do dia 20 de outubro, horário do Japão. Era
cedo de manhã, mas as duas estavam despertas e empolgadíssimas.
Jun
dissera que ia buscá-las no aeroporto, mesmo sendo cedo. Carol estava tão
ansiosa! E se não fosse o Jun? E se ela tivesse sido enganada? E se os
ingressos fossem falsos? E se...? Muitas dúvidas surgiam na cabeça dela a todo
instante.
−
Uhm... Karoru-chan? Débora-san? – um
homem bem na saída do desembarque chamou por elas. Uma bela mulher estava ao
seu lado, e deu um cutucão em seu braço quando ele gritou para as duas garotas
e olhou para ele de cara feia.
Cristo!
É o Matsujun! Aquela deve ser Yui-san, a namorada do Matsujun. Ela é bem
bonita... Carol não aguentou olhar mais que
cinco segundos para ela e logo desviou os olhos. Yui era alta, talvez da
altura do próprio Matsumoto. Tinha os cabelos brilhantes de tão pretos, e
longos, davam na sua cintura. Sua pele era clarinha e seus olhos eram miúdos,
porém graciosos. Ora, Caroline, o que você pensava? Claro que é uma bela
mulher! Você achava que logo ele ia gostar de uma baranga?? Obviamente o Jun a
ama!
***
Carta
de Matsumoto, junho de 2013
Karoru-chan! Estou namorando! Bom, ainda não é
oficial, mas queremos que seja. O nome dela é Yui e é linda! Que bom, né, Karoru-chan?
Estou feliz! Torça por mim^^
***
Nossa,
Jun era muito mais lindo pessoalmente! Via-se que ele queria ir até elas, mas a
mulher o segurava discretamente.
Débora
estava petrificada atrás dela. Aquele era mesmo o Matsumoto Jun que ela vira
tantas vezes em fotos? Ela não estava sonhando? Ah, Carol, ainda bem que te
conheci e ficamos melhores amigas! Sem você, eu nunca poderia estar vendo isto!
Lembra? Eu disse que você era louca por mandar aquela primeira carta?
Mas,
por mais feliz que ela estivesse, achara que o Nino e os outros estariam ali
também.
−
Vamos, Dé! – Carol a puxou com uma mão enquanto com a outra arrastava a enorme
mala de rodinhas.
Dona
Marta, quando a filha começou a arrumar a imensa mala que pedira emprestada
para Marcela, uma semana antes da viagem, perguntou o porquê de uma mala tão
grande. Ao que a filha respondeu:
−
Mamãe, uma mulher prevenida vale por duas, sabia?
A
mãe riu, deixou Carol no quarto em meio a pilhas e mais pilhas de roupas e
voltou para sua novela.
Matsumoto
Jun se desvencilhou da mão de Yui e caminhou até as garotas que estavam indo ao
seu encontro. Yui correu atrás dele e trombou em suas costas quando ele parou
bruscamente. Apesar dele e Carol estarem um pouco íntimos nas cartas, ambos
ficaram sem saber como agir. Pessoalmente tudo ficava mais difícil.
Jun
ficou estático porque olhou para ela e viu logo de cara o coração. O pingente
em seu pescoço, com um vazado no formato de chave que fez com que ele lembrasse
na hora do pingente que viera junto com a primeira carta. Será que ele se
encaixava ali? Ele chegou a perguntar sobre a chave, mas ela foi bem vaga ao
respondê-lo, então ele olhou por um longo tempo para o objeto e guardou na
gaveta da cômoda do quarto. Esqueceu-se do pingente e não falou mais sobre isso
com ela. Não contara a ninguém, nem mesmo para Yui.
***
Carta
de Caroline, maio de 2011
Ah,
a chave! Ela é um pingente de colar. Não significa nada demais, só acho bonita.
Nem sei por que lhe mandei... devia ter lhe mandado coisa melhor né, hihi.
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