E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

A Chave de um Coração - Capítulo 8


Capítulo 8

No dia do show, as duas estavam super ansiosas. Ficariam com Yui no camarote perto do palco, o que as incomodava, pois não viram mais a namorada do Jun desde o dia em que chegaram. Ela não fora almoçar naquele primeiro dia, nem no dia seguinte ou no próximo, como se estivesse claramente as evitando. Mas Jun estava sempre presente, mesmo sem ela. 
Carol estava especialmente preocupada. Ela temia que tivesse algo a ver com o distanciamento de Yui. Pior que isso, ela sabia que era a culpada pelo seu distanciamento. O que mais a preocupava era que, de certa forma, não ter que encarar Yui nesses dias a aliviou. Deu um pouco mais de segurança e por isso ficava mais ansiosa ainda, pois sabia que não ficaria mais tranquila quando a visse, em função das 3 horas de concerto dos meninos.
Naquele dia, elas almoçaram sozinhas pela primeira vez. Os meninos tiravam o tempo antes do show só pra eles. Então, elas comeram no hotel.
Os shows do grupo começavam cedo, por volta de 17h30; um horário um tanto diferente dos concertos que Carol havia ido no Brasil. Como era sexta-feira, ela imaginou que as pessoas que iam ao show, ou faltariam no trabalho, ou pediram folga para esse dia.
Não acordaram cedo. Tinham ficado vendo filme até beeeem tarde na noite anterior. Então, desceram somente para o almoço. Aquele era um hotel para turistas estrangeiros e tinha uma variedade muito grande de pratos, não somente comida japonesa. Mas elas gostavam de comida japonesa e o que mais as aliviou foi a presença de talheres, não somente os hashis. Nenhuma delas sabia usá-los direito. Preferiam garfo e faca. E, nas refeições com os meninos, tiveram que se virar como puderam com os pauzinhos. Pois mesmo que tivessem talheres nos restaurantes, elas não podiam saber, e nem quiseram passar a vergonha escandalosa de perguntar. Conclusão: levaram o dobro do tempo que normalmente levavam para se alimentar.
Mesmo sabendo que não precisavam chegar cedo, mesmo já tendo conseguido alguns goods de presente dos cinco, mesmo tendo lugar reservado perto do palco, mesmo assim elas ainda saíram do hotel logo depois que comeram, às 2h da tarde, ambas com a camiseta da tour, claro.
Carol só conseguia pensar uma coisa: será que ele vai cantar a música que eu pedi?

***

Sim, ele iria cantar a música. Não só ele né. Todos eles.
Não só porque Carol pediu. Mas, sinceramente, isso influenciou muito quando Matsumoto pediu para incluirem-na na tracklist da nova tour, alguns meses antes.
Era uma música que eles também gostavam muito, que fizera sucesso quando lançaram o single. E uma vez, há não tanto tempo assim, foi eleita uma das melhores músicas.

***

Yui só ficou sabendo daquele absurdo na noite anterior. Outro absurdo. Matsumoto deixara para contar a ela em cima da hora que as duas brasileiras ficariam junto dela no camarote que até então era só dela. Como Jun tivera a coragem de incluir intrusas desconhecidas ali??
Bom, tentara discutir, mas ela foi facilmente vencida - ele sempre vencia - e sentou amuada no sofá enquanto ele saia batendo a porta. O clima entre eles não estava nada bom, e tudo por culpa da estrangeira. Desde que ela chegou, os dois não conseguiam se entender, Jun sequer ia ao apartamento dela depois que chegava do ensaio, como sempre fazia. Atendia suas ligações, apesar de não ter atendido uma vez sequer na segunda-feira, mas não mandava mensagens nem ligava por conta, só para dizer que a amava, como antes.
Mesmo Jun sendo conhecido como o famoso DoS do Arashi (porque, diziam as más línuas, ele gostava de ver o sofrimento alheio), com ela ele nunca fora assim. Mas agora que essas duas haviam chegado, ele agia como o pior com Yui.
Eram 4h30 da tarde quando pegou sua bolsa e saiu do apartamento. Ele não ligara, nem ela, depois da discussão de ontem. Ia vê-lo novamente somente no palco, pois nem ir até onde ela ficava normalmente ele ia, pra não ser surpreendido por alguma fã. Não que alguém realmente causasse algum problema, mas fã era fã, algumas atitudes eram inevitáveis, os cinco diziam.
Ela conseguiu dispensa da revista para sair mais cedo. Desde o início do namoro, não perdia um show sequer e esse, principalmente, não perderia.

***

E, finalmente, perante quase 60 mil fãs que gritavam, eles apareceram no palco. Foi a entrada mais gloriosa até então. Os cinco estavam animadíssimos. Jun, ansioso, correu os olhos pela plateia enorme e encontrou os olhos de Caroline, que não desgrudavam dele, e deu um meio sorriso. Em seguida, olhou para Yui, que estava com o olhar sério. Débora estava ao lado delas.
Era era a que gritava mais. Ou melhor, era a única das três que gritava. As outras duas estavam silenciosas. Enquanto o Arashi arrasava na primeira música e levava a plateia ao delírio, Yui olhava para o vazio, esperando que talvez dessa vez Jun tivesse conseguido realizar seu desejo. Carol, por sua vez, por mais que quisesse pular e gritar como a amiga, estava calada e parada no lugar, em pé em frente à cadeira.

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